segunda-feira, 27 de julho de 2009

Comidas

Segundo aquele livro “O Segredo” pra uma pessoa se tornar rica, ela deve se “sentir” rica desde já. Acho que é por isso que eu continuo pobre. Como posso me sentir rico se não consigo entender o comportamento de um rico?
O cara rico vai a um restaurante finíssimo, onde até a água da descarga do banheiro é francesa, aí ele se senta à mesa, fica 2 horas olhando o menu e pede... Escargot!

Dá pra entender? O cara poderia comer qualquer coisa do Mundo e ele vai e escolhe caramujo! Isso tem de monte no jardim da casa da minha mãe, mas só a vira-lata maluca dela é que come de vez em quando. E, nem por isso, a cadela passou a ter pedigree.

Como já disse uma vez a apresentadora Monique Evans: “festa boa é festa de pobre, a coxinha vem gorda, engordurada, mata a fome da gente!” Ela tem toda a razão. Uma vez fui a um coquetel de premiação literária. Os acepipes que foram servidos, mal cabiam na cova daquele dente que perdeu a obturação. Saí de lá com tontura de tanta fome.

Se bem que, quando o pobre que dá a festa é um avarento, você passa mais fome do que nesses coquetéis. Tinha uma vizinha que todo ano fazia festa de aniversário pro filho dela. Os convidados tinham direito a 2 metades de um buraco quente (lanche de pão francês com carne moída e molho de tomate) e 2 copos de refrigerante. Mas, o pior era depois dos parabéns. Ela cortava as fatias do bolo mais finas que o guardanapo de papel.

E se a gente pedisse mais, ela falava: “Ai, eu tô guardando um pedaço porque o Paulinho (o aniversariante) gosta de comer mais tarde!” Sem brincadeira, ela guardava mais da metade do bolo na geladeira.

Na verdade, acho que eles só faziam festa pro garoto ganhar presente. Mas, como eu nunca levava presente, até que saía no lucro, porque apesar de comer pouco, comia “na faixa”.

Outra coisa que me irrita em pratos chiques: colocar fruta em comida salgada.

A gente chega num churrasco na casa daquele tio sossegado. É duas da tarde e ele ainda nem acendeu o carvão da churrasqueira. Seu estômago ronca tão alto que todo mundo pensa que foi o Rex que rosnou pra alguém. O coitado apanha e vai preso no canil. Sua tia pergunta: “Você tá com fome?” Você quase não tem forças pra balançar a cabeça afirmativamente. Ela diz: “Tem maionese lá na cozinha.”

Você pega um prato fundo, daqueles de sopa, e desesperadamente enche ele com salada de maionese. Você pega um bocado e mastiga feliz. De repente você percebe algo doce e crocante no meio daquela comida. Seria caramujo? Não. É maçã, mesmo!

Se alguém me perguntasse: “Qual o seu sonho?” Eu diria: “Vários!” Mas, se alguém me dissesse: “Fale um de seus sonhos, o primeiro que lhe vem à cabeça, agora.” Eu responderia:

- Pegar uma travessa de maionese com maçã e arremessar na parede!

Juro, que sempre tive esse sonho. Acho que deve ser uma ação tão relaxante!

Mas, como você está na casa dos outros, você se contém. E parte em busca de outra comida realmente salgada. Alguém diz: “Eu trouxe salpicão!”

Você pega o salpicão e na primeira mordida, adivinha o que você encontra? Abacaxi!

Sem cerimônia você se levanta, abre a tampa do lixo e despeja todo o conteúdo do seu prato lá dentro. Longe de quem fez o prato, é claro! Um segundo depois, a autora do salpicão aparece e diz: “Nossa! Você já comeu! Sinal que tava bom, hein? Se quiser pega mais!”

“Claro... que NÃO!”

O churrasco do seu tio lerdo não sai. Você começa a entrar em desespero. Seu medo é que o seu estômago comece a digerir ele mesmo. De repente, você houve:

- Olha a farofinha saindo!

Você quase dá um bote na travessa de farofa. Ela é a sua última alternativa. Mas, quando você chega bem perto, percebe que ela também foi contaminada pela “chiquesa”: está forrada de uvas passas!

Você está quase chorando. Sua mulher, percebendo a gravidade da situação, sugere que o único jeito de tapear a fome enquanto espera é tomar um gole de café.

“Boa ideia”

Já que não tem nada 100% salgado pra comer, o jeito é tomar alguma coisa que seja 100% doce.

Você apanha a garrafa de café. Enche um copo daqueles de requeijão e toma um golão. Mas, percebe que o gosto está bem, mas bem estranho! Você chama a sua tia e mostra o café. Ela toma um gole e diz:

- Puta merda! A sua vó colocou sal no café outra vez!

5 comentários:

  1. Putz Paulo
    Eu ri demais com esse post hahahahah
    Eu até gosto de maçã na maionese, mais meu pai, q tbm é Paulo, detesta mtooo

    Agora, o sal no café foi demais...nunca tinha pensado q pudesse existir algo tão "doido" como isso

    Mto bom

    bjo

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  2. O Senado devia fazer algo útil e proibir uva passa na farofa, eu passava horas separando oq era bacon e oq era uva passa, até o dia q tive a brilhante idéia de eu mesma fazer minha farofa, chego lá, e me sento com a minha travessa de farofa 100% salgada e ainda tenho q ouvir umas coisas do tipo: ahhhhhhh não tem uva passa?? :|

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  3. Juh, uma vez a minha avó colocou sal no açucareiro da casa da minha tia. E não foi porque ela confundiu, não. Deu na telha dela que o sal ali ficava melhor. rsrs!!!

    Abraço!

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  4. Hahahaha!!! Muito bom, Petra! Acho que vou começar a fazer como você e levar a minha própria farofa nos churrascos. Seria uma excelente forma de protesto.

    Abraço!

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  5. Nossa, mas esse seu tio é casado com a minha tia? Esse texto é a descrição de todos os churrascos que já fui na casa dela. Só que depois da segunda vez, eu como antes msm. Ninguém merece maçã na maionese!

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