quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Quando frases inocentes se tornam perigosas

Talheres a postos, o casal Geraldo e Berenice aguarda ansioso a chegada do tão falado novo namorado da filha Belinha, que vem para o jantar.

Ding-dong!!!”

- É ele!!!

Belinha entusiasmada abre a porta e com um sorriso arreganhado anuncia:

- Pai, mãe, este é o Chico, meu novo namorado.

A mãe, com os olhos apertados de quem está sob o sol, analisa o rapaz e comenta:

- Nossa! Você não me é estranho...

- Ihhh, Berê, já começou? – Para o rapaz: - Não liga não, minha esposa tem mania de achar que conhece todo mundo. Entra.

Todos se sentam na sala de estar.

- Escuta, – prossegue o pai Seu nome é como mesmo?

- É Chico, pai. – responde a filha.

- Francisco, você quer dizer?

- É, pai.

- Francisco de quê?

- Francisco de Assis Pereira.

- Nossa!

- Que foi, Berê?

- Não... Nada.

- Agora que começou, fala, mulher!

- É que este nome...

- O que tem?

- Não me é estranho...

- Ah, pronto! Lá me vem você de novo. O que é que tem de mais o nome dele? Francisco de Assis... Como é mesmo filha?

- Francisco de Assis Pereira.

- Francisco de Assis Pere... Nossa!

- O que foi, Geraldo?

Geraldo se levanta e começa a andar pensativo pela sala. De repente pára e encara o rapaz que até o momento não disse uma palavra.

- Geraldo, você tá bem?

- Espera! – dá mais uma olhada no rapaz. – Não pode ser!

- O que não pode ser?

- Se não me falha a memória, este nome “Francisco de Assis Pereira” é o mesmo nome do...

- Maníaco do Parque. – responde Belinha.

A mãe meio sem graça diz:

- Que coincidência, não, filha?

- Não, mãe, não é coincidência, não. Ele É o Maníaco do Parque mesmo. Aliás, ex!

- AHHH!!! MEU DEUS!!! AH, MEU DEUS!!!a mãe se desespera.

- Minha filha, você enlouqueceu? Você não pode namorar este sujeito! Ele é um criminoso, um torturador, um assassino, um psicopata...

- Pai, como você é careta! – para o namorado: - Vem, Chico, vamos embora daqui. – Para os pais: Aprendam uma coisa nesta vidinha medíocre de vocês: “As pessoas mudam”. Sai, bate a porta e nunca mais volta.