sábado, 31 de outubro de 2009

Pizzaria



Dias atrás, minhas irmãs, minha esposa e eu fomos à pizzaria à noite. Como ainda estava cedo, havia apenas uma mesa ocupada.

Sentamos.

Dois minutos depois, um casal ocupou a mesa da frente. Em seguida, quatro pessoas sentaram-se mais adiante.

A garçonete apareceu. Levantei o braço, mas, ela foi atender o casal que havia chegado depois da gente.

Outra garçonete apareceu e foi direto atender as quatro pessoas da mesa ao lado.

As duas garçonetes saíram sem sequer olhar para o nosso lado.

Um garçom veio trazer a pizza daquele pessoal que já estava lá quando chegamos. Aproveitei:

- Garçom!

- Boa noite! Vocês já pediram?

- Não, mas a gente gostaria muito.

- Vou pegar os cardápios.

Ele foi. E estamos esperando a sua volta até hoje!

Muito tempo depois, a primeira garçonete reapareceu. Chamei:

- Ei! Moça!

- Boa noite! Vocês já pediram?

- Será que adianta?

- Como?

- Você sabe se o garçom já voltou da gráfica?

- Que gráfica?

- A gráfica onde ele foi mandar imprimir os cardápios pra gente.

- Ah! Vocês querem o cardápio?

- No mínimo!

- Vou providenciar!

Ela deve ter ido atrás do garçom, lá na gráfica.

O pessoal da mesa ao lado se levantou pra ir embora e eu aproveitei pra pegar o cardápio da mesa deles.

A segunda garçonete se aproximou e eu a chamei:

- Mooooça!

- Boa noite! Vocês já pedi...

- Meia Baiana, meia Frango Especial e 4 latas de Brahma "trincando" de geladas! Obrigado!

Naquele momento, meu nível de strees era tanto, que se a por um acaso acabasse a lenha do fogão, eu poderia assar as pizzas só com o olhar!

Percebendo isso, a garçonete anotou o meu pedido e saiu rapidamente. Um minuto depois, ela voltou trazendo os copos e um balde de gelo com as cervejas.

Quando fui pegar uma lata, percebi que havia 6 ao invés de 4! Pensei: "Deve ser brinde, por causa da demora!"

A pizzaria foi enchendo. Pessoas que chegaram muito depois da gente já estavam comendo e nada da nossa pizza chegar.

Minha esposa, após ouvir um grande estrondo, comentou:

- Nossa! Acho que vai chover!

- Que nada! Foi o meu estômago que roncou.

Um outro garçom apareceu e minha irmã disse:

- Olha, a nossa pizza ainda não chegou.

- Já verifiquei e ela já está saindo! Aqui é mesa... 17, não é?

- Não! É mesa 14! - respondi com a voz do Darth Vader.



- Já volto!

Um minuto depois, aparece a primeira garçonete com uma pizza na mão.

"Finalmente!"

- Foi aqui que pediram: meia Aliche, meia Romeu e Julieta?

- Não! Aqui é: meia Jaca, meia Fruta-do-Conde!

- Ah, então, desculpa!

Comecei a procurar pelas câmeras da "Pegadinha do Faustão".

A mulherada da minha mesa foi ao banheiro. Na volta, minha esposa ouviu um garçom dizer para o outro que a nossa pizza havia sido entregue em outra mesa!

Será que o pessoal dessa outra mesa não percebeu que não era a pizza que eles haviam pedido?

Povo sem paladar! Com certeza foram eles que pediram aquela "meia Aliche, meia Romeu e Julieta", porque pra conseguir comer peixe com goiabada a pessoa deve ter nascido sem paladar!

Surge a segunda garçonete:

- Vocês querem pedir mais alguma coisa?

- Uma pizza já seria bem legal! Quem sabe duas? Sendo uma de cortesia pela demora. O que você acha?

- Já que o senhor ainda está na dúvida, eu volto daqui a pouco. - saindo rápido, com medo.

Dúvida! Que dúvida? Naquele momento, minha única dúvida era não saber se pedia um suco de maracujá com capim-cidreira pra acalmar, ou se esperava a garçonete se aproximar da escada pra dar uma voadora nas costas dela!

E "senhor" é o cacete!

Já estávamos decididos a nos levantar e ir comer numa outra pizzaria, quando a nossa pizza chegou.

Na hora de pagar a conta, tive mais uma "surpresinha". Descobri que aquelas 2 Brahmas que mandaram a mais na nossa mesa, não eram cortesia!

De cobrar, ninguém esquece, né?!

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Pequeno Pônei - parte 3


Quando o Pequeno e eu estávamos na 6ª série, éramos extremamente criativos.

Pena que as professoras não entendessem isso.

Certa vez, estávamos trocando bilhetinhos durante a aula quando a professora, que era uma fera, percebeu e disse:

- O que é que tem nesse bilhete aí?

- Nada, não, professora. - respondi tremendo.

Sempre que alguém trocava recadinhos na aula dela, ela pegava o bilhete, lia e dizia que mais tarde iria mostrá-lo ao diretor, que era um verdadeiro ditador.

Claro que isso era apenas uma ameaça, mas, no caso do bilhete que entreguei ao Oscar, era bem provável que ela mostrasse mesmo ao diretor: ele continha poesias feitas com palavrões!

Naquele dia, por muita sorte, a professora estava de bom humor. Depois da minha resposta, ela continuou escrevendo na lousa e não tocou mais no assunto, para o meu alívio.

Mas, aí, o Oscar com a sua mania de ser "explicadinho", quis dar uma justificativa melhor pra professora e estragou tudo:

- Professora, sabe por que a gente tava trocando bilhetes?

- Por quê?

- É que o Paulo vai precisar dormir lá em casa e...

Nesse momento, a turma toda gritou em coro:

- Êeeeeeeeeeeeeeeeeeeeerrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr!!!!!!!!!!!!!!!

Aqueles maliciosos levaram a coisa por trás!

Até a professora riu!

Sinceramente, eu preferia que ela tivesse pegado o bilhete.

Continuando no assunto escola...

No colegial, certa vez, após ter terminado o exercício proposto pela professora de Português, Oscar ficou fazendo suas palhaçadas até a hora do intervalo.

A professora, que sentia prazer em ser chata, com inveja da sala toda estar prestando atenção no Pequeno e não dar a mínima pra ela, chegou pro Oscar e disse:

- Sabe, Oscar, você pensa que é humorista, mas, precisa aprender muito ainda pra isso.

E o Oscar, categoricamente, respondeu:

- Eu sei que não sou humorista, professora. Sou apenas um "comicuzinho"!

O Flávio, um amigo nosso que "quase não era empolgado", levantou-se e começou a aplaudir o Oscar de pé!

Na sequência, a turma toda fez o mesmo.

Será que hoje, essa professora mudou de opinião?

Mudando de assunto...

Sempre gostei de animais de estimação. Mas, daqueles que interagem comigo, como os cães e os gatos.

Houve uma época em que o Haroldo, um amigão nosso, montou um aquário. O Oscar, que sempre foi chegado à novidades, quando viu o aquário do Haroldo ficou encantado. E no mesmo dia começou a infernizar o seu pai para comprar um aquário também.


Havia aqui em Atibaia um lugar especializado em tudo para aquários chamado Aquariomania.

Naquela época, o Haroldo e o Oscar iam ao Aquariomania praticamente todos os dias. E ficavam lá de 1 a 2 horas, olhando peixes, vendo equipamentos, pegando informações...

O foda é que eles ficavam insistindo muito pra que eu fosse junto.

Como eu não curtia peixes, achava um saco ficar naquele lugar olhando aqueles peixes, ouvindo-os falar sobre o Peixe-Espada, o Lebiste, o Caralho a quatro...

Dizem que observar um aquário acalma a gente. No meu caso, o efeito era contrário!

Sinceramente, eu ODIAVA com todas as minhas forças estar naquele lugar!

Mas, como eu odiava ainda mais a insistência daqueles dois para ir lá com eles, o jeito era ir, sentar na porta e esperar.

A gota d'água aconteceu no dia em que o Oscar resolveu insistir para o pai dele comprar o aquário antes do prazo combinado.

Depois do expediente, o pai do Oscar estava tomando um choppinho pra relaxar, quando o Pequeno entrou no barzinho pra falar com ele.

Eu fiquei lá fora, num ponto onde o pai dele não conseguia me ver.

O Oscar começou:

- Pai, preciso comprar o aquário hoje!

- Pô! Junior! (o pai dele o chamava de Junior) Nós não combinamos de comprar sábado que vem?

- Eu sei pai, mas é que eles tão fazendo uma promoção. E vai acabar hoje! E...

Ele ficou muito tempo lá dentro enchendo o saco. Eu que tava ouvindo de fora já tava ficando "nos nervos". Até que no ápice da irritação, o pai dele disse:

- Pô! Junior! Por que tanta pressa pra comprar esse aquário? Quem é que tá botando essa ideia na sua cabeça? O Paulo?



Juro que quando ouvi isso, não sabia se chorava, ou se entrava no bar e pedia uma dose tripla de Absinto com veneno!

Puta que o pariu! Além de passar pela tortura de aguentar o Haroldo e o Oscar falando o dia todo daquele maldito aquário, ainda fui acusado injustamente de ser o incentivador maior de um dos meus torturadores!

Rezo a Deus que o pai do Oscar leia essa postagem pra saber que eu também fui uma vítima da "Maldição do Aquário"!

Pra fechar...

Há muito tempo atrás, uma amiga minha que também é prima do Oscar, ficou com um carinha.

Ele ficou apaixonado, mas, como ela não quis saber de mais nada além de amizade, o rapaz sumiu por um bom tempo.

Um ano depois, o reencontramos numa balada. Estava com um visual totalmente mudado, meio punk, meio metaleiro e acompanhado de 2 amigos no mesmo estilo.



Os 3 ficaram o tempo todo tentando impressionar a mulherada, contando histórias de como eles eram loucos, de como zuavam, de como eram "foras da lei", além de ficarem soltando uns gritos e grunhidos estranhos quase toda hora.

Depois da balada, ela e suas amigas ficaram conversando com os malucos-beleza em frente a casa dela.

O Oscar e eu, enquanto esperávamos as meninas para ir embora, resolvemos praticar um passatempo meio imbecil: sair correndo em direção a um poste de sinalização, pular e tentar rodopiar ao redor dele.

Depois que aqueles que se intitulavam "loucos" foram embora, minha amiga virou pra gente e disse rindo:

- Sabe o que eles falaram sobre vocês dois? "Nossa! Gostei dos seus amigos! Os caras são muito loucos!"

E a gente que pensava que os loucos eram eles!

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Cartas, e-mails e afins

Certo dia, quando eu era criança, encontrei uma cartinha que havia sido colocada por debaixo da porta da minha casa. Era a "Corrente de Santa Edwiges".

Lembro de algumas coisas que estavam escritas nela.

"A original desta carta está na capela de Santa Edwiges, na Inglaterra e suas cópias rodam o mundo inteiro. Ela veio lhe trazer muita sorte, porém, é preciso fazer 20 cópias (não lembro se valia xerocar) e mandar para 20 pessoas nas próximas 96 horas!"

Pra convencer o leitor a participar da corrente, na carta contava-se histórias de pessoas que haviam ganhado muito dinheiro repentinamente, pouco tempo depois de terem enviado as 20 cópias.

Mas, se ainda assim a pessoa não ficasse convencida, no final da carta havia o relato dos casos das pessoas que ousaram não mandar as cópias: uma perdeu o filho no 6º dia, outro viu sua empresa falir e perdeu tudo o que tinha.

Na época, fiquei muito confuso sobre o que fazer: escrever as 20 cartas ou não?

Pensei tanto, mas tanto, que o prazo de 96 horas acabou passando.

Resultado: Meu filho não morreu no 6º dia, nem a minha empresa faliu.

Talvez seja porque, aos 7 anos, eu não tinha filhos nem trabalhava.

Dias atrás, recebi um fermento de um tal de "Bolo do padre Marcelo".

Não é querer ser chato, mas, havia tanto erro de Português e a letra era tão ilegível, que eu cheguei a pensar em procurar o Consulado do Egito, pra ver se alguém conseguia decifrar aquele hieróglifo.




Confesso que não sou nada ligado a religiosidades, porém, sou bastante ligado a comida. Esse bolo era pra ser feito em 3 dias (tempo do fermento se multiplicar). Aí, deveria ser dividido em 3 partes iguais. Duas partes deveriam ser passadas pra frente junto com a cópia da receita e a terceira parte ficava pra gente fazer o bolo.

O bolo ficou tão bom, mas tão bom, que resolvi ficar com as 2 outras partes do fermento pra fazer mais bolos!

Quer dizer, corrente chegou em mim, parou!

Principalmente se for corrente vinda por e-mail.

Dias atrás, recebi uma que dizia assim: "Se você tiver tempo para Deus, leia!"


Quer dizer que se eu não quiser ler eu sou um herege?

A pessoa que cria esses e-mails usa a mesma técnica da promoção do Estadão: o jornal oferece ao leitor a oportunidade de escolher quanto ele quer pagar no primeiro mês de assinatura. Só, que o cara da propaganda pergunta assim: "Qual é o valor do conhecimento?"

Quer dizer, se você quiser pagar R$1, 00 pelo primeiro mês de assinatura do jornal, você pode. Só que vai estar afirmando que o valor do seu conhecimento vale um realzinho de merda! Ou seja, você é um burro!

Eu dou muito valor ao meu conhecimento, e ao meu bolso também! Por isso, quando quero ler jornal, eu não compro, vou à biblioteca pública e leio de graça!

Voltando ao e-mail...

Eu acho que o título da mensagem do e-mail que recebi já começou errada. Ao invés de ser: "Se você tiver tempo para Deus, leia!", deveria ser: "Se você tiver tempo para Deus, desligue essa bosta de computador e vá rezar!"

Ou "Vá fazer uma boa ação!"

Sei lá!

Bom, pra terminar, quero dizer uma coisa: você leitor(a), querendo ou não, agora faz parte de uma corrente! Funciona assim:

Quanto mais você comentar as minhas postagens e indicar o blog para outras pessoas, mais sorte em tudo na sua vida você vai ter a partir de hoje!


Agora, se você não comentar, nem indicar...













quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Professoras

Na Pré História da minha vida (1985), às vezes, meu pai me levava de carro até à Pré Escola. Num desses dias, o carro quebrou no meio do caminho e eu acabei chegando atrasado uns 5 minutinhos.

Na sala de aula, cada aluno tinha a sua pasta com material escolar (lápis de cor, tesoura sem ponta, massinha etc.) que ficava em cima de um armário que só a professora alcançava.

Nesse dia do atraso, a atividade que a professora estava passando era desenho livre. Em cima da minha carteira havia uma folha em branco. Faltava o lápis de cor. Então, eu, educadamente cheguei pra professora e pedi:

- Professora, a senhora pode, por favor, pegar a minha pasta de material?

E ela "singelamente" respondeu:

- NÃO! chegou atrasado vai ficar sem material!

Comecei a pedir lápis emprestados aos colegas. E ela disse:

- Sem emprestar!

Minha última opção era pegar a "caixinha dos pobres".

A "caixinha dos pobres" era o nome de uma caixa de sapatos que ficava em cima da mesa da professora e continha material escolar para aqueles alunos que não tinham condições financeiras de ter o seu próprio material.

O problema é que quase todos os lápis da caixinha não tinham ponta e o giz de cera era tão velho que certamente foi usado por aqueles homens das cavernas que faziam pinturas rupestres.

Quando fui pegar a caixinha, a professora me impediu:

- Não! Não quero que pegue a caixinha, também!

Eu tinha apenas 6 anos de idade e já sabia que aquilo que a professora estava fazendo comigo não tinha a menor lógica (embora ainda não soubesse o que era lógica).

- Mas, professora, se eu não posso pegar o meu material e nem emprestar de ninguém como vou fazer o meu desenho?

E ela respondeu:

- Se vira!

Senti vontade de me virar e lançar um bumerangue no pescoço dela!

Só depois de "curtir" o meu desespero por mais uns 10 minutos é que ela resolveu pegar o meu material.

Pior do que ter sido humilhado pela professora foi ninguém ter acreditado nessa minha história na época. Só deixei de passar por mentiroso quando essa professora foi afastada no fim do mesmo ano para se submeter a um rigorosíssimo tratamento psiquiátrico!

Mas, nem só as professoras psicopatas fizeram parte da minha formação escolar.

No cursinho, curiosamente tive duas professoras com nome de carro: Mercedes, professora de Espanhol e Clio, a melhor professora de Literatura que tive na vida!

Esse fato curisoso se estendeu para o meu estágio da faculdade. Uma das professoras de quem assisti aula, se chamava Karen. E seu apelido era KA (outro nome de carro).

Depois da faculdade, fiz um pouco de aula de canto. Minha professora não tinha nome de carro. Em compensação, seu carro tinha nome de mulher e de cantora: Elba!

Até na ficção esse negócio de professora com nome de carro já aconteceu. Lembro que na novela "Mulheres Apaixonadas" havia uma professora vivida pela atriz Vera Holtz que se chamava Santana.


Santana era alcoólatra e passou a novela toda lutando contra o vício. Só nos últimos capítulos é que ela conseguiu iniciar um tratamento sério capaz de livrá-la da bebida.

Fosse hoje em dia, nem precisaria fazer tanto esforço. Bastava fazer uma conversão do seu motor para GNV (Gás Natural Veicular) e Santana teria se livrado do álcool de uma vez por todas!



Falando em novela, que lembra TV, lembrei de uma professora que tive na 6ª série que era a cara da Marge Simpson.

Essa professora, com a desculpa de dar aulas para muitas turmas, nunca sabia o nome de ninguém. E foi graças a essa sua péssima memória que eu me fodi!

Certa vez, a nossa turma estava fazendo tanta bagunça na aula dela que o diretor da escola apareceu na porta e disse:

- Professora, manda pra fora todos os alunos que estiverem fazendo bagunça! AGORA!

Lá da frente, ela começou a apontar:

- Vai você... você... você também...

Eu sentava na última carteira da segunda fileira perto da porta. Nunca fui de fazer bagunça. Apenas conversava e dava risada da zoeira alheia. Quando ela apontou mais ou menos na minha direção, imediatamente, o Pequeno rapazinho que sentava na minha frente se levantou.

Mas, ela disse:

- Você, não. O de trás!

Levantei perguntando indignado:

- Eu, professora? Eu?

Saí dali pisando duro rumo à diretoria.

Detalhe: nenhum dos bagunceiros da turma foi pra diretoria, o que causou um grande espanto nos outros professores.

Ah, e só mais uma coisa:

Adivinha quem era o Pequeno rapazinho que sentava na minha frente...

sábado, 10 de outubro de 2009

As pedras no caminho do leiturista de luz

Nesses 5 anos trabalhando como leiturista de luz, já topei com muita coisa estranha pelo caminho.

Certa vez, estava fazendo a leitura dentro de um condomínio. Quando cheguei próximo a uma das casas, a porta da sala estava aberta e lá dentro havia uma senhora loira apenas de calcinha e sutiã.

Antes que ela me visse, comecei a andar de ré.

Foi a primeira e única vez que fiz o “Moonwalker”, aquele passinho famoso do Michael Jackson.

Aí, quando estava numa distância segura, gritei:

- Leitura da luz!

A filha da mulher (linda por sinal) apareceu e disse:

- Só um minutinho!

Pensei: “Será que ela vai tirar a roupa também?”

Infelizmente, não! Ela apenas fechou a porta pra que eu pudesse me aproximar.

Até hoje eu fico pensando o que aquela senhora fazia ali naqueles trajes. Seria ela a Copélia?


Mas, constrangedor mesmo foi o seguinte caso: fui fazer a leitura em duas casas que ficavam no mesmo terreno, uma na frente e a outra no fundo. Fiz a leitura da primeira casa. Perguntei pra moradora se havia alguém na casa do fundo e ela respondeu:

- O portão tá aberto, pode entrar.

Entrei. O relógio de luz ficava ao lado da porta da sala, que estava aberta. Quando me aproximei dele, foi inevitável não ver aquela cena: um casalzinho estava dando um “puta amasso” no tapetinho da sala!

Dessa vez não deu pra escapar. A moça me viu e eu comecei a me desculpar desesperadamente:

- Desculpa... Não sabia que tinha gente aqui... A moça da casa da frente me mandou entrar e...

Ela não respondeu nada. Em compensação, deu uma bufada de boi bravo que me fez calar a boca na hora!

Fiz a leitura e saí dali o mais rápido que pude. De longe se ouvia a bronca que a menina dava na vizinha.

Constrangimentos a parte, com certeza a maior pedra no caminho do leiturista de luz são os cachorros ferozes.

Porém, há outros tipos de animais que podem ser tão perigosos quanto. Na zona rural, por exemplo, os leituristas podem encontrar abelha, aranha, cobra, chupa-cabra, lobisomem (no caso de se trabalhar em Joanópolis) e, claro, gente que age como cavalo.

No Mato Grosso, onde fica o Pantanal, nas áreas mais afastadas os caras fazem leitura de jipe, pois há o perigo de se cruzar com uma onça no meio do caminho.

Aqui mesmo, em Atibaia, já cruzei com animais de várias espécies.

Outro dia, fazendo leitura num bairro chamado Alvinópolis II, encontrei um tucano na porta de uma casa. E o filho da mãe ainda tentou me dar uma bicada!

Na Vila São José, estava parado na frente de uma casa, esperando ser atendido, quando vi dois pequenos jatos d’água passando bem na frente dos meus olhos. Eram dois macaquinhos que estavam no muro fazendo xixi!

Falando nisso, uma vez, estava fazendo leitura na frente de uma casa quando um cachorro que estava do lado de dentro se aproximou do portão. Dei um passo para trás e a dona da casa disse:

- Pode se aproximar! Ele é mansinho!

Encostei no portão pra ver a leitura. O cãozinho começou a me cheirar e percebi que, de fato, ele era manso.

Nesse dia, fazia um calor infernal. Eu, que normalmente já sou muito calorento, estava prestes a derreter. Pedi um copo d’água pra dona da casa e fiquei esperando ali, em frente ao portão.

Mas, apesar do sol intenso e da calça grossa que uso como uniforme, achei muito estranho quando minhas pernas começaram a “suar muito e repentinamente”. Então, resolvi olhar pra baixo.

Tarde demais! O cachorro havia mijado nos meus pés!

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Pequeno Pônei – parte 2




Mais uma historinha sobre o Pequeno...

Durante toda a infância e adolescência, Oscar, eu e mais uma galera frequentamos um clube chamado Grêmio Esportivo Atibaiense.

Nas férias de verão, passávamos o dia todo lá, jogando basquete (sim, o Oscar jogou basquete!), pingue-pongue e nadando.

Numa certa tarde de muita chuva, o clube estava vazio. Mas, Oscar e eu resolvemos nadar assim mesmo. Lá pelas 5 horas, começamos a ficar com frio e resolvemos sair da piscina.

Subi pro vestiário, tomei um banho rápido e desci. Queria chegar logo em casa, pois estava com muita fome.

Já o Oscar ficou “anos” cantando embaixo do chuveiro.

Por várias vezes, gritei da porta do vestiário coisas como:

- Vamos, Oscar! Morreu aí? Cacete!

Mas, ao invés de responder, ele cantava ainda mais alto.

Comecei a pensar em maneiras de tirá-lo dali rápido:

-Desligar a chave de energia;
-Fechar o registro de água;
-Jogar uma bomba de gás lacrimogêneo...

De repente, surgiu alguém que poderia ser a solução: Tatiane.

Tatiane era uma garota de quem o Oscar era a fim na época. Junto com ela, estava uma amiga.

Subi as escadas do vestiário e disse:

- Oscar, sabe quem tá aí? A Tatiane!

- Ah, Paulo! Vai se fuder!

- Então, beleza!

Desci e fui conversar com as meninas. Oscar, que não havia acreditado em mim, começou a ouvir vozes femininas e ficou na dúvida. Aí, pra sanar essa dúvida, o louco desceu aquelas escadas PELADO!

Quando percebeu que eu tinha falado a verdade, subiu correndo, mas não a tempo de escapar do “olhar de esgueio” da amiga da Tatiane. O melhor de tudo, era que a menina era “meio” lerda e fez o seguinte comentário:

- Nossa! Parece que eu vi uma bunda branca!

Existem coisas nessa vida que não deixam dúvidas. Por exemplo: uma bunda só pode ter três tonalidades:

1 – Branca;
2 – Morena à negra;
3 – Vermelha (no caso das atrizes pornôs ou de uma espinha inflamada)

O fato é que tive que inventar uma história absurda pra disfarçar aquela situação.

E, como nunca mais falamos com a amiga lerda da Tatiane, uma dúvida paira no ar até hoje:

Ela sabia que aquela bunda branca era do Oscar e disfarçou ou...

...teria acreditado mesmo na versão de que a bunda branca era da “Loira do banheiro"?











quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Novela das 9

Não sei se sinto inveja, ódio ou pena dos personagens da nova novela das 9.

99% deles são lindos, cultos, inteligentíssimos e milionários.

Eles tem problemas?

Claro! E quem não os tem?

A personagem da Lilia Cabral esses dias mesmo estava com um problemão daqueles!

Ela não sabia se voltava para casa de iate ou de helicóptero.

Isso me fez pensar sobre os meus próprios problemas de (falta de) condução.

Lembrei do dia em que coloquei aquele tênis furado e peguei um baita temporal. E, pra completar, ainda esqueci o guarda-chuva. Depois, na volta, entrei num ônibus com mais umas 300 pessoas, sendo metade da galera formada por limpadores de fossa voltando do trabalho e a outra metade, por adolescentes rebeldes voltando da escola, todos munidos de MP3 (4, 5, 6 ou 7) tocando músicas horríveis no último volume. Aí, como o vidro do ônibus estava fechado e embaçado, não consegui enxergar onde estava e acabei descendo 6 pontos depois da minha casa. E tendo que voltar a pé na chuva.

Também teve aquela vez em que fui de carona numa festa muito longe e muito chata e tive que ficar esperando a boa vontade do dono do carro pra vir embora.

Depois de profunda reflexão, percebi como eu reclamo à toa. Como os meus problemas comparados aos da Lilia Cabral (personagem) são insignificantes!

E o Zé Maier?

Putz! O cara vai passar a lua de mel em Paris e não quer sair do quarto.

Tá certo que uma Elena maravilhosa daquela levanta a libido até de defunto. Mas, o cara é insaciável.

Meu sonho era ver um duelo de “quem é mais macho” entre José Maier e Chuck Norris.



O Chuck Norris, como todo mundo sabe, é tão macho, mas tão macho que não come mel. Mastiga abelhas!

Já o Zé Maier “come” até abelha. Mas, sem mastigar!

Os personagens do Zé Maier só pegaram mulheres bonitas até hoje, como: Vera Fischer, Maitê Proença, Taís Araújo... Queria ver ele encarar a Bela a Feia.



Se bem que ele encararia sim. Mas, só no último capítulo. Quando ela ficasse bonita.




Falando nisso: quantas versões essa novela já teve aqui no Brasil?

Só eu contei 3: Bete a Feia, A Feia mais Bela e agora, Bela a Feia. Sem contar o seriado Ugly Betty.

Sabe o que é o pior disso tudo? É que mesmo a novela já tendo passado várias vezes, eu nunca consegui assistir o último capítulo, que é quando a Bete aparece bonita.

Falta de tempo?

Que nada!

Falta de saco, mesmo. Eita novelinha chata!

Aliás, nem sei por que assisto novela. É tudo igual!

O mocinho e a mocinha vão lutar a novela toda contra os seus inimigos e só vão ficar juntos no último capítulo, que é quando rolam os casamentos e o nascimento de um bando de crianças.

Como se isso fosse padrão fixo de felicidade.

Queria assistir uma novela que surpreendesse. Não precisava acontecer muita coisa diferente. Bastava que fosse uma coisa forte o suficiente para abalar a estrutura da família brasileira.

Imagina, por exemplo:

No último capítulo de Bela a Feia, Bela manda uma carta para o programa “10 anos mais jovem” e é chamada. Depois de analisar a situação da moça, a equipe de beleza chega a seguinte conclusão:

“- É, não tem outro jeito. Vamos ter que transplantar o seu cérebro em outro corpo!”

E no último capítulo da novela das 9, aconteceria o seguinte:

Zé Maier (personagem) vai ao consultório do doutor Salvatore e após uma bateria de exames, recebe a terrível notícia do doutor:

“- Você tem impotência sexual crônica e é irreversível!”

Aí o personagem do Zé faz mudança de sexo e se inscreve no concurso “Garota da Lage 2010”.