terça-feira, 29 de novembro de 2011

A arte de vender

Dizem que vender é tão trabalhoso quanto levar alguém para a cama.

Ou não...

O fato é que o bom vendedor precisa seduzir, oferecer ao cliente aquilo que ele procura ou então convencer este cliente de que ele precisa de algo que na verdade ele não precisa.

Em outras palavras, o vendedor é um enrolador! Pronto, falei!

Mas, isso não é uma crítica. Todos nós somos vendedores. Seja de produtos, de serviços, de ideias etc. O problema é que tem gente que não consegue vender nem a própria imagem (por falta de simpatia, de sinceridade, indiferença) quanto mais um produto.

Certa vez, entrei numa loja pra comprar uma bermuda. Uma moça com o semblante quase tão sereno quanto o de um Pit Bull faminto veio me atender.

- Você já foi atendido?

- Ainda não! Eu gostaria de saber o preço destas bermudas aqui...

- Ah, mas, essas não combinam com seu estilo não!

Espera aí! Como ela sabia qual era o meu estilo? Pela roupa que eu tava usando? Eu usava uma calça jeans e a bermuda que eu queria saber o preço também era jeans.

- Ah é? E qual é a bermuda que combina com meu estilo, então?

- Essas daqui.

De fato, as bermudas que ela me mostrou eram mais bonitas. E mais caras também, é lógico! Pedi uma tamanho M “só pra experimentar”. Ficou apertada e quando saí do provador para pedir o tamanho G, antes que eu falasse, ela pegou a bermuda da minha mão e disse:

- Já posso embrulhar, então? É pra presente?

Primeiro: se eu estava experimentando, era óbvio que era pra mim, portanto, não era para presente.

Segundo: como assim “posso embrulhar?”?

- Na boa, você está com pressa de atender outra pessoa? Pode ir, eu procuro outro atendente.

- Não, moço, o que é isso? É que a bermuda caiu tão bem em você e eu achei que iria levar.

Quando o vendedor mente, aí é o fim! Parece que está subestimando a nossa inteligência.

- Moça, como você sabe que a bermuda me serviu se eu a coloquei e a tirei dentro do provador? A não ser que você tenha me espiado...

- Bom... Eu... Eu vou pegar o tamanho G...

- Não precisa moça, muito obrigado! Vou dar mais uma volta por aí e qualquer coisa eu te procuro.

Nesta parte, o cliente também mente.

Os vendedores também pecam em certas propagandas.

Há um comercial de shampoo que usa dois garotos propagandas de cabelo bom, mas de popularidade péssima: o jogador português de futebol Cristiano Ronaldo (que pode ser considerado craque por alguns e lindo pelas mulheres, mas, que é extremamente arrogante e esnobe) e a atriz Carolina Dickman (linda, boa atriz, mas, que consegue ser odiada pelo público mesmo quando faz personagens boazinhas).

Outro dia mesmo estava na casa de uma pessoa e quando passou essa propaganda na TV ela falou: - Ih, credo! – E mudou de canal.

Aqui em Atibaia há uma loja de calçados que no período de Natal usa um método irritante de “caçar” os clientes. Todos os vendedores formam um paredão no meio da loja e se você quiser entrar, no caso, apenas para ir até o caixa pagar uma prestação, não adianta entrar com o carnê balançando porque pelos menos uns três vendedores vão perguntar: - Posso ajudá-lo?

Dá vontade de responder: - Pode! Pega este carnê, vai lá praquela fila gigante do caixa e paga a prestação com o seu dinheiro. Ok?

Já pensei até em fazer ginástica olímpica pra quando eles formarem este paredão eu entrar na loja correndo e dar um salto estilo Diego Hipólyto por cima deles.

Outra coisa que sempre ouvi falar em relação a vendas é de que o bom vendedor deve conhecer de fato o produto.

Por isso eu não entendi quando um amigo em crise no casamento foi pedir conselhos ao padre. O que um padre pode oferecer (vender) de conselho pra um casal? Ele nunca casou...

Bem, eu poderia tentar fazer muito mais gente ler as minhas postagens se colocasse, por exemplo, um título assim: “LEIA, COMENTE E CONCORRA A UM CARRO O KM, UMA VIAGEM DE 15 DIAS PARA O CARIBE E A UM LUGAR COM ACOMPANHANTE NO CAMAROTE DO SHOW DA IVETE SANGALO” e no final da postagem, colocar um vídeo do Sérgio Malandro dizendo assim: “Áh! Pegadinha do Malandro!”

Mas, acho melhor não correr o risco de vender uma imagem em que as pessoas me rotulem assim: “Oh, leiturista filho da p...


segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Super Herói

Quando estou trabalhando, uso óculos, boné e uniforme.

Quando NÃO estou trabalhando, uso lentes de contato e gel no cabelo pra arrepiá-lo.

Lembra do Clark Kent? Então, bastava ele tirar aqueles óculos que se “transformava” no Super Homem. 

Com óculos ninguém o reconhecia. Com óculos, a sua identidade secreta estava protegida.

Comigo, acontece mais ou menos a mesma coisa. Faço a leitura da luz na casa de uma pessoa há anos. Chego lá, ela me cumprimenta. Mas, quando passo na frente dessa mesma pessoa fora do horário de trabalho, ela não me reconhece.

A diferença é que, ao contrário do Clark Kent, eu me “transformo” num super herói (Homem da Luz) quando coloco os óculos.

Meus poderes também são outros: a super paciência e a ironia dosada. Mas, assim como Super Homem, também solto fogo pelos olhos nos momentos de ira, como mencionei na postagem anterior.

O ponto fraco do Super Homem é a Cryptonita.

O meu é Pit Bull.

O uniforme dele é azul com cinto amarelo, capa vermelha e a bota das Paquitas na mesma cor. Ah, e claro, a cueca, também vermelha, por cima da calça.

O meu uniforme é: calça azul, cinto e sapatos pretos, camisa caqui e a capa (de chuva) amarela. Quando chove, pareço um quindim gigante andando pela rua.

Com tantas diferenças, é muito difícil que Super Homem e Super Leiturista sejam confundidos um dia.

Se bem que...

Dias atrás, estava fazendo a leitura da luz num mercado. Quando saí, dei de cara com uma mulher que conheci há muitos anos atrás. Ela, sem me reconhecer, perguntou:

- Ah, moço, você é o leiturista da luz ou da água?

- Da luz. E a senhora já deu aula pra mim.

Ela ficou apertando os olhos como se quisesse me enxergar melhor ou talvez pra espremer o cérebro buscando um caldinho de memória.

- Hummm. Como é o seu nome?

- Paulo. Paulo Sergio Furquim de Almeida.

- Hummm... (cara de quem tá chupando limão)

- Foi na terceira série, na escola José Alvim. Isso faz muito tempo...

Aí ela me surpreendeu:

- Em 1988, né?

- Isso mesmo. Só 23 anos atrás. A senhora lembrou-se de mim?

- Paulo Sergio... Paulo Sergio... Eu lembro vagamente... Mas, escuta... Você não era mais moreno?

Como assim???

Com esse verão que anda fazendo, mesmo usando boné e um quilo de protetor solar fator 15 milhões diariamente, com certeza hoje estou bem mais moreno do que eu era quando tinha 9 anos. Além disso, como eu poderia ser moreno e agora estar mais branco?

Nesse momento, na caixinha de som do mercado começou a tocar a música “Billie Jean” e então eu não tive mais dúvidas: a ex-professora estava confundindo o Homem da Luz com o Michael Jackson.

É por essas e por outras que eu falo: ser o Homem da Luz às vezes não é fácil.

Mas, é bem divertido!


sábado, 5 de novembro de 2011

Reiki

REIKI é uma terapia baseada na canalização da energia universal (rei) através da imposição de mãos com o objetivo de restabelecer o equilíbrio energético vital de quem a recebe e, assim, restaurar o estado de equilíbrio natural (seja ele emocional, físico ou espiritual); podendo eliminar doenças e promover saúde. (FONTE: Wikipédia)
  



Tenho aparecido muito pouco aqui no blog. Não por falta de vontade. Por falta de tempo mesmo.

Por que o ser humano corre tanto?

Às vezes, olho pra minha vida e também pra vida daqueles que me rodeiam e vejo tanta correria, tanta ansiedade, tanto estresse que tenho a impressão que vivemos dentro daquele comercial das Casas Bahia onde aqueles caras ficam anunciando preços e promoções desesperadamente como se depois dali tivessem que voar pra dar tempo de tirar o pai da forca.

CHEGA!!! Foi o meu grito de protesto há duas semanas.

Na penúltima quarta-feira, resolvi tirar algumas horinhas pra relaxar e fui fazer uma sessão de Reiki.

Depois de esperar num grande salão com luzes e música calmantes, entrei num quarto e me deitei numa cama feita de bambu. Um cara veio e colocou uma pedra na palma de cada uma das minhas mãos e outra pedra maiorzinha bem em cima do meu estômago, digo, do meu chakra. Em seguida, fechei os olhos e ele começou a aplicar o Reiki sobre minha cabeça.

Eu achei que era papo-furado essa história de que a gente sente o calor saindo das mãos da pessoa que tá aplicando o Reiki na gente. Mas, olha! Tenho que admitir que é verdade. Minha orelha tá assada até agora... Brincadeira! Falando sério, deu pra sentir mesmo a temperatura das mãos dele.

Saindo dessa sala, voltei ao salão de espera. Muuuuuuuuito mais calmo. Muito mais equilibrado... Até que...

Neste salão de espera é pra gente ficar esperando em silêncio. Mas, havia duas garotas do meu lado que estavam mais interessadas em comentar como havia sido o final de semana delas na festa do tal do primo do Tiaguinho.

Um senhor que toma conta do lugar entrou no salão umas 40 vezes pedindo silêncio, mas, as duas vacas, digo, meninas, simplesmente ignoravam o pedido dele.

Resultado: tudo o que eu havia relaxado com a primeira parte da terapia de Reiki, eu havia perdido ali, do lado daquelas duas matracas!

Houve um determinado momento em que indiscretamente virei meu pescoço em direção aquelas garotas e tentei, juro que tentei, aplicar um Reiki com o meu olhar dentro dos olhos de uma delas pra ver se conseguia queimar uma de suas retinas e ela, com muita dor, tivesse que sair dali às pressas para ser levada a UTI e assim, deixasse-nos em paz para continuar a terapia...

O fato é que não adiantou nada! Elas continuaram falando. Então, me levantei e sentei na outra ponta do salão. Elas perceberam que estavam incomodando, mas, ao invés da minha ação fazer com quem elas parassem de falar, acabou lhes rendendo mais um assunto.

Depois disso, passei por outras salas. Fiz auto-massagem, exercícios de respiração e mais duas aplicações de Reiki. A última foi a melhor de todas. Entrei num quarto todo branco, deitei numa espécie de cama de hospital e duas pessoas ao mesmo tempo me aplicaram o Reiki. Além do calor das mãos das pessoas, senti um estado de relaxamento e de paz tão grande, que quando me mandaram abrir os olhos eu me assustei: “Meu Deus, eu morri?”

Mas, é assim mesmo. A gente anda tão agitado que quando consegue uns cinco minutinhos de paz até assusta.

Sem dúvida, o Reiki é excelente para relaxar e reequilibrar nossas energias. Mas, pra mim, a melhor terapia é essa aqui: escrever!