quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Pequeno Pônei


Por sugestão do próprio Oscar Filho, resolvi contar algumas das nossas aventuras da infância e adolescência.

Certa vez, Oscar, Vivian (sua irmã) e eu fomos até o supermercado Barateiro pra comprar leite porque estava na promoção.

Quando vi Oscar pegando o maior carrinho de supermercado que havia, logo deduzi: “do jeito que é exagerado, vai lotar esse carrinho até a boca!”Ao invés disso, ele colocou apenas 1 caixinha de leite dentro.

Pegamos uma fila enorme no caixa. Aí, pra passar o tempo, Oscar resolveu aprontar uma das “suas”: começou a empurrar o carrinho de supermercado pra frente e pra trás, pra frente e pra trás... Como se embalasse um carrinho de bebê!

Não satisfeito, pegou a caixinha de leite “no colo” e disse carinhosamente:

- Não chora, filho! Não chora!

Todas as pessoas de todas as filas olharam em nossa direção. Duas garotas atrás da gente riram muito.

Nesse momento, roxo de vergonha fui até o carro, onde a Vivian estava esperando.

Muito, mas, muito tempo depois, o Oscar apareceu.

Vivian: - Pô! Você demorou!

Oscar: - Paulo, sabe aquelas meninas que estavam rindo atrás da gente?

Eu: - Sei.

Oscar: - Marquei um encontro com elas amanhã, as 3 (da tarde), aqui na frente do supermercado.


Quer dizer, as palhaçadas do Oscar, funcionaram como “isca” pras garotas.

No dia seguinte, chegamos de fusca azul as 14:45h.

3 horas... 3 e meia... 3:45h...

Nessa época, não tínhamos celular. Oscar passou o número do seu telefone fixo pras garotas, mas, esqueceu de pegar o número delas.

Quando o relógio apontou 4 horas, nossa esperança bateu as botas.

Isso aconteceu em MARÇO de 1999 (se não me engano).

Numa tarde de MAIO do mesmo ano, estávamos nós 3 novamente reunidos. Começamos a comentar sobre o dia em que tomamos “um bolo das minas do Barateiro” Daí, Vivian virou pra gente e disse:

- Puta que o pariu! Lembrei de uma coisa! Nesse dia do encontro, vocês acabaram de sair e umas meninas ligaram. Disseram que não poderiam estar lá as 3 e se não dava pra marcar pra mais tarde, tipo 4 horas.

Ou seja, nós não levamos bolo, nós demos o bolo nas minas.

Bem que naquele dia, eu tive a impressão de ouvir uns gritos de meninas, na hora que o Oscar acelerou o fusca azul pra gente ir embora.


Falando no fusca azul...

Oscar contou no seu blog que certa vez colocou 13 pessoas dentro desse fusca. E, graças a essa sua mania de querer bater recordes, quase que eu me ferro!

Há mais ou menos 10 anos, fiz dança de salão. Lá conheci uma garota, digamos assim... “oficialmente comprometida”. Certa vez, marcamos um encontro pra depois da aula de dança. Como a nossa turminha sempre saía depois da aula, ela e eu saímos de lá escondidos da galera.

Quando estávamos subindo uma rua rumo ao local do encontro, já bem longe do salão de aula, ouvimos uma buzina inconfundível. Era o Oscar passando de fusca, com pelo menos mais uns 7 dentro do carro!

Ainda nem era repórter, mas já era inconveniente!

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Aqui em Atibaia, havia uma danceteria chamada Atlanta. Numa certa noite, um amigo chamado Alex Moreno foi fazer uma apresentação de dança lá.

Oscar, Vivian, Ana Paula, eu e vários outros amigos estávamos na fila esperando para entrar.

Oscar virou pra mim e disse:

- Paulo, você conhece a Teoria da Invisibilidade?

“Lá vem merda!”

- Não.

- Você se concentra, acredita verdadeiramente que está invisível e ninguém te vê.


- Ah, Oscar, vai tomá no c...


- É sério. Quer ver?


O lazarento do Oscar fez uma cara séria e simplesmente entrou no Atlanta, sem ser notado pelos gigantescos seguranças.

Virei pra Ana Paula e disse:

- Dá certo porque ele é louco! Vai a gente tentar isso pra ver!

Pouco depois ele saiu, entrou novamente e ficou lá dentro. Livrando-se de pagar o ingresso, é claro!

Demorei muitos anos pra entender como ele fez esse truque.

Sabe por quê?

Porque muitas vezes, as coisas estão bem diante do nosso nariz e a gente não vê.

Principalmente se essa “coisa” tiver uma baixíssima estatura.

Tivesse um dos seguranças do Atlanta olhado pra baixo, pra apagar um cigarro, por exemplo, e o Pequeno Pônei teria sido descoberto!


sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Gordão

Nesses 5 anos trabalhando como leiturista passei por diversas experiências bizarras.

Mas, nada que se compare as histórias do Gordão.

Gordão é um colega que trabalha numa cidade vizinha a Atibaia e é também o cara mais azarado que eu conheço.

Certa vez, ele foi fazer leitura num sítio onde o relógio de energia elétrica ficava no alto de um enorme barranco.

Graças ao seu porte físico estilo Faustão (extremamente gordo da cintura pra cima e com pernas finas) chegou exausto ao final da escalada. Heroicamente, ele ainda anotou a leitura antes de cair de joelhos no chão. Nesse momento, nuvens negras começaram a pairar sobre sua cabeça.

Não, não era chuva. Eram pensamentos não auspiciosos:

“Ai, não aguento dar nem mais um passo. Se aparecesse um cachorro agora eu taria perdido!”

O cachorro não apareceu.

Apareceu um porco enorme e raivoso. E com uma violenta cabeçada jogou o Gordão do outro lado do barranco.

Incrivelmente ele não sofreu nem um arranhão. Também pudera, caiu no meio do chiqueiro!

Como aquela era a última leitura do dia, Gordão, coberto de cocô de porco dos pés a cabeça, subiu em sua moto e foi direto pra casa.

Devido ao sol forte e ao vento do trajeto, aquela lama fétida que cobria seu corpo começou a secar e a rachar, de modo que até mesmo os seus familiares chegaram a confundi-lo com outra pessoa.

Filho: - Mãe, mãe, olha: o Abominável Homem das Neves!

Esposa: - Não diz besteira, menino. Aqui em Piracaia não neva.

Filho: - Então, quem é ele?

Esposa: - Pelo jeito... é um Mutante.

Filho: - Qual?

Esposa: - Ai, como é mesmo o nome? Ah, o Coisa.

Filho: - Não, mãe. O Coisa é do Quarteto Fantástico.

Esposa: - Ah é!

Gordão: - Oh, Benhê! Sou eu!


Outro dia, ouvi ele contando a um colega que um morcego fez cocô na sua cabeça. Fiquei imaginando onde ele estaria fazendo leitura: numa caverna? Num castelo da Transilvânia?

Ver morcegos de dia já não é muito comum, imagina ser atingido pela cagada de um.

Seria uma brincadeirinha de mau gosto do Batman?

Ou o Drácula tentando aparecer a qualquer custo? Afinal, ele anda bem em baixa, principalmente agora que a mulherada só quer saber do vampiro do filme Crepúsculo.




Claro que não poderia faltar aqui uma boa história sobre cachorro. Outro dia ele disse que estava numa casa fazendo leitura e quando se deu conta havia um Pit Bull vindo em sua direção. Sem pensar muito ele pulou um alambrado “sem colocar as mãos”.


- Qual a altura do alambrado?
– alguém perguntou.

- Uns 2 metros! – ele respondeu.

- Dois metros? Impossível! – duvidou um terceiro.

- Que nada! Na hora do medo a gente faz coisas que até Deus duvida! – retrucou o primeiro.

E eu concordo! É bem provável que ele tenha “voado” mesmo sobre o alambrado. Principalmente se tivesse tomado Red Bull.
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Gordão conseguiu escapar de um Pit Bull. Mas, não de um aluno da escola pública.

Quando Gordão caminhava dentro da escola em direção ao relógio de luz, um moleque apareceu do nada e lascou-lhe uma mordida no braço.

Tá certo que Gordão é enorme e branco como aquele boneco de machimelo do filme dos Caça Fantasmas. Mas, não a ponto de ser confundido.



Acho que o que rolou de verdade foi falta de merenda naquela escola.

E a mordida foi um sinal de protesto do aluno. Ou um sinal de fome mesmo.

sábado, 12 de setembro de 2009

Velório – Lado B

A morte é a única certeza da vida. E é também aquilo que há de mais inaceitável nela.

Por isso, encerro aqui as filosofias e tristezas que permeiam o assunto pra observar o Lado B (ou o lado cômico) dos velórios.

Uma colega do Teatro contou que até os 7 anos de idade nunca tinha ido a um velório, até que o avô de uma amiga faleceu. Quando ela entrou no recinto, ficou tão impressionada, tão nervosa com a visão do caixão, que disparou a rir.

Os parentes do defunto começaram a olhar pra ela com ódio e suas amiguinhas tiveram que retirá-la da sala antes que o próximo velório que ela entrasse fosse o dela mesma.

Depois disso, nunca mais entrou num velório. Disse que tem medo de começar a rir novamente.

Caso isso acontecesse, ela seria a primeira anti-carpideira da história.

Mas, pior do que rir na cara do defunto seria o defunto rir na nossa cara. E isso só aconteceria em dois casos.

Primeiro: o morto teria que ser o Coringa.

Segundo: ele teria que ser um personagem de Caminho das Índias, daqueles que sempre morrem e voltam (tipo Raul, Raj e afins).

Tenho a impressão de que algumas pessoas nunca vão morrer. O Michael Jackson, por exemplo. Será que ele morreu mesmo? Ou o seu espetacular velório faz parte da refilmagem do clip da música Thriller?

Outro é o Silvio Santos. Tenho certeza de que quando eu tiver 90 anos, vou ligar a TV no domingo e ele vai estar lá, com a mesma cara, a mesma peruca caju, jogando aviãozinho de dinheiro pra platéia.

Já o Chico Buarque, com toda a sua genialidade e simplicidade, só vai deixar esse mundo quando enjoar. Imagino algo assim: ele vai pegar uma trouxinha de roupa, amarrar na ponta de um galho e colocar nas costas. Aí, num lugar cheio de fumaça branca ele vai sumir atrás de uma pedra como faz o Mestre dos Magos.

Dias atrás, minhas tias e minha mãe estavam discutindo qual era o melhor plano funerário da cidade. Um oferece coisas como desconto em farmácias e cadeira de rodas se o pagante necessitar (ainda vivo, é claro). (Não, isso não foi uma propaganda de operadoras de celular).

O outro serve salgadinhos, bolacha, chá, café e capuccino no velório.

Mas, nenhum deles supera a criatividade do meu tio Ricardo e seus amigos. Quando um da turma morreu, meu tio e outro amigo foram pra porta do cemitério e bem na hora do enterro executaram o último desejo do morto: soltaram uma caixa de rojões!

Contudo, as coisas que mais chamam a atenção nos velórios não são as novidades e sim as coisas que se repetem em todos eles. (Pelo menos aqui no interior).

Repare que sempre aparece um bêbado. Ele chora até ficar desidratado e ninguém sabe quem é ele. Alguém fala: - Parece que ele trabalhava com o Fulano (o morto).

Um “marvado” comenta: - Dizem que Fulano ficou devendo uma grana pra ele. Grana preta!

Outro ainda mais “marvado” diz: - Não comenta nada, mas ouvi dizer que esse bêbado aí é filho do Fulano.

Sempre tem também alguém brigando por uma coisa que não vai fazer a menor diferença na vida dele nem na do morto.

Briguento: - Que número é o túmulo?

Coveiro:
- Número 93, fileira F.

Briguento:
- Cê tá louco! Pela ordem é 91.

Coveiro:
- Mas, senhor, o número que me mandaram colocar foi esse.

Briguento:
- Tá errado! Vou processar essa merda de cemitério!

Sem falar que sempre aparece um cachorro. Ele rola na terra do cemitério e depois vem meter as patas na calça da gente, buscando um cafuné.

Ah, e tem também aquela tia gorda chamada Isnira (ou algo parecido), que senta num cantinho, lá fora, e começa a contar piadas. No início, os parentes do defunto estranham, ficam indignados. Mas, depois de ouvi-la contar o primeiro causo, já começam a se aproximar e a sorrir. Mais um pouco, o velório está vazio e a roda em volta da humorista é enorme.

Você então se levanta com o abdome dolorido de tanto rir e vai pra cozinha pegar um café. Na volta, ouve os risos das pessoas lá fora e ao passar pelo morto que está sozinho sente remorso. Contudo, tem a impressão nítida de que ele está sorrindo. Não um sorriso de dentes, mas, aquele disfarçado, tipo Monalisa.

Você pisca pra ele e volta pra fora.

Na noite seguinte, você acorda num pulo. Sua mulher assustada pergunta:

- O que foi isso?!

- Lembrei de uma coisa que aconteceu no velório!

- Do quê?

- A piscada que dei pro Fulano... foi correspondida!

(Deixe seu comentário na caixinha. Obrigado!)

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Cague ou receba seu dinheiro de volta!


Existe uma famosa marca de iogurte que lançou um desafio aos seus consumidores:

A pessoa compra 15 unidades do tal iogurte e vai tomando 1 por dia. Se após consumir as 15 unidades ela não ficar com o seu trânsito intestinal regulado, recebe de volta o valor gasto com a compra do produto.

Quer dizer, pra uma pessoa conseguir vencer esse desafio, ela praticamente precisa ficar 15 dias sem cagar!!!

E pior: tem que provar que não cagou!

E pior ainda: depois desse tempo todo, com certeza, a merda vai empedrar.

Aí, só escolhendo uma das opções abaixo pra desempedrar.

– Embicar uma Vap na porta do fiantã e ligar na velocidade turbo.

– Fazer um pequeno corte na barriga e meter uma britadeira dentro do intestino.

(Só em último caso!) – Fazer uma cesariana.

Já ouvi dizer que o iogurte é tão bom, mas tão bom, que faz até carrapato ir ao banheiro.

Ou seja: quem aceita o desafio, faz merda duas vezes! Uma, porque vai ao banheiro todos os dias e outra, porque não vai vencer o desafio nem a pau!

Em contrapartida, quem fica satisfeito com o produto recebe um brinde que corresponde a um refratário de vidro.

Aí, eu não gostei!

Penso que seria bem mais útil premiar os satisfeitos cagões com alguns pacotes de fralda geriátrica ou até mesmo um penico.

A promoção que ia tão bem, não poderia terminar com uma cagada dessa!

(SEU COMENTÁRIO É MUITO IMPORTANTE!)

sábado, 5 de setembro de 2009

Celular

Estava atrasado para o curso de Teatro e ainda precisava tomar banho. Abri a porta do armarinho do banheiro e coloquei meu celular lá dentro, com pressa. Ele escorregou e caiu. No que tentei pegá-lo no ar, ele bateu na minha mão e voou pra dentro da privada.

Ele acendeu sua luz azul e iluminou o vaso sanitário como um aquário marinho. Foi até bonito!


Mas, eu precisava ser rápido se quisesse salvá-lo. O valor sentimental que ele carregava era muito maior do que o seu valor em dinheiro. Imediatamente, enfiei a mão lá dentro e o retirei “ainda com vida”.

Desesperado, peguei a primeira coisa que vi na frente para enxugá-lo. Quando me dei conta de que era uma toalha de rosto, saí voando para a cozinha e joguei o celular na mesa.

Tá certo que a água estava limpa, mas, não deixava de ser a água de uma privada.

Só sei que quanto mais corria, mais cagadas eu fazia.

Abri o celular, retirei a bateria e coloquei tudo na janela pra secar. Peguei a toalha de rosto e joguei fora. Na mesa passei álcool gel, detergente e desinfetante.

Tomei banho, troquei de roupa e fui pro curso. Quando cheguei na esquina de casa, lembrei do celular. Voltei correndo. Encaixei a bateria e liguei. Ele deu alguns apitos como se estivesse engasgado, mas, acabou funcionando. Saí rapidamente e quando estava quase chegando no ponto de ônibus, o “maldito” passou.

Resolvi usar a minha raiva pra subir a pé mesmo.

O celular tocou. Era a minha mulher.

- Sabe o que eu tava pensando?

- O quê?

- Você vai achar que é desnecessário, mas deixa eu terminar de falar.

De repente, fui atravessar uma esquina e uma bicicleta que vinha na contramão a 300 km/h bateu no meu braço jogando o celular longe. Quando o cara já tava lá nos Cafundós do Judas, virou pra trás e disse:

- Desculpa aí!

Pensei: “Cacete! Será que a Volta Ciclística de São Paulo tá passando aqui em Atibaia de novo?”


Abaixei pra pegar o celular. Cadê? Era noite e a luz do poste estava queimada. Continuei procurando e encontrei o que mais temia: um bueiro. Comecei a pensar no pior.

Um tiozinho, dono de uma loja, que havia assistido a tudo, apareceu com uma lanterna. Chegamos perto do bueiro e o iluminamos. Ufa! Não havia caído lá dentro. Agradeci ao bom homem e já estava recomeçando a minha procura quando vi um mendigo sair andando com um celular na mão muito parecido com o meu.

- Ei!

O cara nem deu bola. Corri até ele e disse:

- Esse celular é meu.

- Prova!

Puta merda! Essa resposta eu não esperava. Não tinha jeito, eu teria que negociar com ele.

- Cara, eu te dou uma grana e você me devolve o celular. Pelo amor de Deus! Ele é velho, mas ganhei de presente da minha mulher. Se eu aparecer sem ele, ela vai ficar muito chateada e...

- Quanto você tem aí?

- Hã? R$10,00.

- O quê? Cê tá pensando que eu sou otário. Esse celular vale bem mais do que isso.


- Cara, pelo amor de Deus!

- Mostra a carteira!

- Não!

- Mostra!

- Te dou R$30,00.

- Humm. Tá melhorando.

- R$50,00 e não se fala mais nisso.

- Fechado.

Quando fui dar a grana pro cara, o senhor da lanterna gritou:

- Achei!

Olhei pro mendigo com o olhar fuzilante. Ele encolheu os ombros, abriu os braços e disse:

- Ah, se esse celular não é seu, então é do cara que te atropelou de bicicleta. Eu vi cair no chão.

Voltei pra pegar meu celular. Agradeci mais uma vez o senhor e segui pro meu curso. Tentei ligar pra minha esposa pra retomarmos a conversa.

Seus créditos expiraram”.

Parei num orelhão. Quebrado. Outro, também. Só 5 orelhões depois consegui ligar pra ela. Caixa postal.

Fui pro curso. Mais tarde, quando cheguei em casa, minha esposa já estava dormindo. O que era muito estranho, já que ela sempre me espera chegar. Tentei acordá-la.

- Hummm! Amanhã a gente conversa – ela disse.

No outro dia, ela estava de cara fechada. Perguntei o que estava acontecendo.

- Ontem você desligou o celular na minha cara e ainda pergunta!

- Não desliguei na sua cara. É que...

Contei toda a história. Quando terminei, ela retomou o assunto do dia anterior:

- Então, como eu tava dizendo ontem: sabe o que eu tava pensando em te dar de presente de casamento?

- Um carro?

- Não. E não adianta você dizer que não precisa, que é besteira. Eu quero te dar isso. Pronto e acabou!

- Não vai me dizer que é uma bicicleta de corrida?

- Pára de palhaçada! Promete que não vai reclamar?

- Prometo! Diz logo o que é!

- Seu presente é...

- Já sei! Aliás, quem tá lendo essa história também já sabe.

- O que é então?

- Um celular.

- Errou! É um CD do Latino.


- O quê?????!!!!!

- Tô brincando. É um celular mesmo.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

O que ver na TV as quartas-feiras?

Embora meu esporte predileto seja o basquete, também gosto muito de futebol.
Só acho um exagero o espaço dado a ele nos programas esportivos. Globo Esporte, por exemplo, deveria se chamar: Globo Futebol.

Outro dia, aproveitando a folga no trabalho assisti a esse programa. Passou umas 2 horas de futebol, depois uma entrevistinha mixuruca com a Sassá (que havia acabado de ser campeã do Grand Prix de vôlei) e pra fechar com chave de ouro (ou, com chave de bosta, como diria meu tio Ricardo): uma matéria sobre rodeio!

Rodeio é esporte??????????

Então, sado masoquismo também é!

Imagine-se no lugar do boi: vem um cara e coloca um negócio pra apertar o teu saco (ou peito, no casa das leitoras mulheres ou travestis). Quando você já não aguenta mais de dor, vem outro lazarento e monta nas tuas costas. Você esperneia de raiva. Aí, 8 segundos depois, quando você finalmente consegue derrubar aquele encosto e chifrar a bunda dele, o povão que tá assistindo ainda fica com pena... dele.


Mas, pior do que ser boi de rodeio é assistir futebol na Globo as quartas-feiras. Não pelo futebol em si, mas pelos comentários do narrador Cleber Machado. Acho que nem o Dalai Lama teria paciência pra ouvir as asneiras que ele fala.

Outro dia, ele falou que o Kaká é melhor que o Pelé de hoje. Puta que o pariu! É óbvio! O Pelé (de hoje) tá com quase 70 anos!

Se bem que se o Kaká entrasse numa disputa de 10 pênaltis com a minha avó, que tem 90 anos, ele perderia. É que ela tem a joanete muito acentuada, então, toda bola que ela chuta pega muito efeito, enganando o goleiro.

Conclusão: Cleber Machado comentando – pior pro futebol, melhor pro CQC que sempre vai ter o que colocar no Top Five.

Pra fugir do futebol das quartas, não restam muitas opções. Novela do SBT, ninguém merece! TV Cultura na minha casa pega muito mal. Então, o negócio é sintonizar na Record e assistir Ídolos (que, aliás, é o meu programa de humor favorito).


Quando o cantor Belchior sumiu, eu jurava que ele tinha sido influenciado pelo personagem do Alexandre Borges, o Raul, da novela Caminho das Índias. Eu pensei: agora, o Belchior vai arrancar o bigodão, passar máquina zero no cabelo, se inscrever no Ídolos e começar tudo de novo, com outra identidade.


Ou então, achei que ele pudesse estar lá nos Estados Unidos, no velório infinito do Michael Jackson.

Que nada! O cara apareceu no Fantástico domingo passado.

A lição que tirei da atitude dele é a seguinte: se você quer chamar a atenção, não faça nada, apenas suma! Porém, quando alguém começar a te procurar, demore o máximo de tempo possível pra aparecer (e não apenas 2 semanas como fez o Belchior).

Porque de uma coisa eu tenho certeza: agora que a graça de procurar por ele acabou, vai demorar bastante tempo pro cantor virar notícia outra vez.

A não ser que ele comece a jogar futebol. Mais precisamente no Corinthians, fazendo dupla com o Ronaldo.


Aí sim, vai ser notícia no Globo Esporte, todos os dias.