terça-feira, 16 de junho de 2009

Saudades da Amélia

Nunca acreditei nessa história de amor à primeira vista.

Pelo menos até conhecer Amélia...

No nosso primeiro encontro, tive a sensação de conhecê-la há anos, ou quem sabe mesmo, de outras vidas.

Na época em que ela apareceu em minha vida, eu era casado. Aliás, fora a minha própria esposa quem a trouxera, com a intenção de que cuidasse da casa, enquanto trabalhávamos fora.

Pouco tempo depois, a empresa onde eu trabalhava entrou em crise, cortou alguns funcionários e eu fiquei desempregado.

Sem trabalho, sentindo-me inútil e solitário, comecei a me aproximar de Amélia, que logo se mostrou uma ótima companhia.

Minha esposa, hiper ativa, não suportava ficar em casa, então, com a desculpa de manter o nosso padrão de vida, arrumou mais um emprego, à noite.

Depois disso, fomos nos afastando cada vez mais.

Amélia e eu passamos a sair todas as manhãs, depois, as tardes, e em seguida, também às noites.

Nossos carinhos eram sinceros e ela era-me totalmente fiel. Bem diferente de minha esposa. Mas isso já não me importava. Ao meu lado tinha alguém que me compreendia, me acompanhava e fazia de tudo para me agradar.

Um dia, arranjei um emprego bom e resolvi sair de casa, levando Amélia comigo. Minha esposa não impôs resistência.

Partimos felizes.

Aluguei uma casa com um grande jardim, só para ter o deleite de ver Amélia passear por entre as flores.

O tempo foi passando e nós vivendo cada vez mais felizes. Não brigávamos nunca.

Tudo parecia perfeito. Até que um dia, quando estávamos no jardim da nossa casa, Amélia viu passando do outro lado da rua, alguém que lhe era familiar. De repente, com uma expressão mista de felicidade e excitação no olhar, ela saiu correndo em direção a esse alguém.

Eu, que assistia a tudo da pequena varanda, não podia acreditar no que via. Ela parecia estar me deixando...

Amélia pulou a mureta de nossa casa, correu pela calçada e invadiu a rua, sem ver o caminhão, que só freou depois do baque.

Ainda hoje, passados cinco anos de sua morte, sinto intensamente a sua falta, e guardo, como recordação e homenagem póstuma, ao lado do seu retrato, a sua coleira anti-pulgas pink.

5 comentários:

  1. muito legal! por que você não me contou que tinha um blog???? mandei uma carta para você. deve estar chegando. beijos

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Nossa.. ver seu animalzinho falecer dói mt..
    Tinha uma gata, chamada Pichândiga e eu amava mt ela, fiz musicas, levava pra escola..
    era meu mimo.. um dia meu pai que odeia animais fez eu meu desfazer dela, eu peguei minha gatinha e dei ela pra uma super amiga que a qual a mãe é veterinaria...
    Quando dei a pichandiga ela tava esperando filhotinhos..
    Na hr que pichândiga foi da a luz dois gatinhos tinham morrido em sua barriga e ela morreu com uma infecção.
    Eu não vi a morte de pichândiga mas penso o quanto eu podia ter ficado mais tempo com ela...

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  4. Judiação da Amélia...
    Uma grande amiga minha perdeu a gata dela esse ano de cancer...ela sofreu um poco pq a gata morreu quase q na frente dela...eu fikei mto triste por ela pq eu conhecia a gata...

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