Sempre fui uma criança tímida.
Aos 5 anos de idade, dancei minha primeira quadrilha junina no Jardim II. Como não havia dado tempo de minha mãe comprar um chapéu de palha, tive que dançar de boné, mesmo. Fiquei “roxo” de vergonha, só porque estava diferente do resto da turma.
No ano seguinte, durante os ensaios da quadrilha, fiz dupla com uma menina que era minha amiga fora da escolinha, o que me deixou mais a vontade. Só que no dia da apresentação, ela ficou doente e me colocaram pra dançar com uma menina que eu batia no umbigo e que devia pesar uns 116 quilos!
Na hora de subir ao palco, motivado por um colega “capeta” saí correndo e me escondi no banheiro. A menina ficou chorando e a quadrilha teve que se apresentar de novo, quando conseguiram arrumar um par “à altura” dela.
Minha mãe queria me estrangular. Mas, ela tinha que entender que se aquela menina caísse em cima de mim, eu não estaria aqui hoje pra contar essa história.
Em 91, entrei pra um grupo de teatro chamado Estar Feliz. Fizemos várias apresentações em escolas e um dos nossos números era uma dança junina. Depois dessa dança, meus colegas sempre ficavam me zoando dizendo que se eu colocasse uma calça curta de perna fina e uma bota ficaria o caipira perfeito, o verdadeiro Jeca Tatu.
Tudo porque nessa época, com 12 anos de idade e apenas 1,53 cm de altura, eu já calçava 41!
Um dia, depois de tanto ser infernizado por causa do tamanho do meu pé, resolvi contar alguma vantagem em relação a isso. Eu disse aos meus colegas:
- Vocês sabem o que dizem de quem tem o pé grande?
- O quê?
- Que quem tem o pé grande, tem o...
Nessa hora entrou nossa professora de teatro na sala.
-... o equilíbrio grande. É isso!
Pensando se tratar de uma piada sem graça, todos me vaiaram.
Continuando em clima junino, ontem, começaram os festejos em comemoração ao aniversário de Atibaia.
No centro da cidade, há uma comprida rua chamada José Lucas, onde ficam as barracas de quitutes juninos. Em cada uma das extremidades dessa rua, há uma igreja, onde foram colocados os palcos.
Ontem, enquanto meu pessoal saboreava um vinho quente, eu tomava uma cerveja gelada, numa barraca que fica bem no meio dessa rua.
- Por que você tem que ser diferente? Vem pra festa junina e toma cerveja. Nunca vi isso! - minha irmã disse.
- Eu tomo o que eu quiser. - respondi, brincando.
- Então, vai tomá no c... – gritou uma mulher da varanda de sua casa.
Todos olhamos assustados. E a ela continuou:
- Vamo pará com esse som aqui na frente da minha casa! Eu já chamei a polícia. Vão fazê som lá na P... Q... P... !
Concluímos que aquela mulher não estava bem.
Saímos dali e fomos dar uma volta.
No palco da igreja do Rosário, havia um pessoal tocando rock nacional. Não sei se a banda era boa porque não dava pra ouvir o que eles cantavam, de tão baixo que estava o microfone. Ficou parecendo show instrumental.
No palco da igreja Matriz, o cantor Pena Branca com um violão, tocava e cantava músicas do tempo de infância da minha avó (que só tem 90 anos). Nada contra as músicas antigas, mas o público, em sua maioria jovens, não curtiu muito. O homem estava todo vestido de branco, o que me levou a pensar se ele não era uma entidade. Mas, acho que não era não. Porque nenhuma das pessoas que estava comigo era médium espírita e conseguiu vê-lo.
Na fila de um daqueles "higieníssimos" banheiros químicos, comecei a refletir sobre a festa.
Aos 5 anos de idade, dancei minha primeira quadrilha junina no Jardim II. Como não havia dado tempo de minha mãe comprar um chapéu de palha, tive que dançar de boné, mesmo. Fiquei “roxo” de vergonha, só porque estava diferente do resto da turma.
No ano seguinte, durante os ensaios da quadrilha, fiz dupla com uma menina que era minha amiga fora da escolinha, o que me deixou mais a vontade. Só que no dia da apresentação, ela ficou doente e me colocaram pra dançar com uma menina que eu batia no umbigo e que devia pesar uns 116 quilos!
Na hora de subir ao palco, motivado por um colega “capeta” saí correndo e me escondi no banheiro. A menina ficou chorando e a quadrilha teve que se apresentar de novo, quando conseguiram arrumar um par “à altura” dela.
Minha mãe queria me estrangular. Mas, ela tinha que entender que se aquela menina caísse em cima de mim, eu não estaria aqui hoje pra contar essa história.
Em 91, entrei pra um grupo de teatro chamado Estar Feliz. Fizemos várias apresentações em escolas e um dos nossos números era uma dança junina. Depois dessa dança, meus colegas sempre ficavam me zoando dizendo que se eu colocasse uma calça curta de perna fina e uma bota ficaria o caipira perfeito, o verdadeiro Jeca Tatu.
Tudo porque nessa época, com 12 anos de idade e apenas 1,53 cm de altura, eu já calçava 41!
Um dia, depois de tanto ser infernizado por causa do tamanho do meu pé, resolvi contar alguma vantagem em relação a isso. Eu disse aos meus colegas:
- Vocês sabem o que dizem de quem tem o pé grande?
- O quê?
- Que quem tem o pé grande, tem o...
Nessa hora entrou nossa professora de teatro na sala.
-... o equilíbrio grande. É isso!
Pensando se tratar de uma piada sem graça, todos me vaiaram.
Continuando em clima junino, ontem, começaram os festejos em comemoração ao aniversário de Atibaia.
No centro da cidade, há uma comprida rua chamada José Lucas, onde ficam as barracas de quitutes juninos. Em cada uma das extremidades dessa rua, há uma igreja, onde foram colocados os palcos.
Ontem, enquanto meu pessoal saboreava um vinho quente, eu tomava uma cerveja gelada, numa barraca que fica bem no meio dessa rua.
- Por que você tem que ser diferente? Vem pra festa junina e toma cerveja. Nunca vi isso! - minha irmã disse.
- Eu tomo o que eu quiser. - respondi, brincando.
- Então, vai tomá no c... – gritou uma mulher da varanda de sua casa.
Todos olhamos assustados. E a ela continuou:
- Vamo pará com esse som aqui na frente da minha casa! Eu já chamei a polícia. Vão fazê som lá na P... Q... P... !
Concluímos que aquela mulher não estava bem.
Saímos dali e fomos dar uma volta.
No palco da igreja do Rosário, havia um pessoal tocando rock nacional. Não sei se a banda era boa porque não dava pra ouvir o que eles cantavam, de tão baixo que estava o microfone. Ficou parecendo show instrumental.
No palco da igreja Matriz, o cantor Pena Branca com um violão, tocava e cantava músicas do tempo de infância da minha avó (que só tem 90 anos). Nada contra as músicas antigas, mas o público, em sua maioria jovens, não curtiu muito. O homem estava todo vestido de branco, o que me levou a pensar se ele não era uma entidade. Mas, acho que não era não. Porque nenhuma das pessoas que estava comigo era médium espírita e conseguiu vê-lo.
Na fila de um daqueles "higieníssimos" banheiros químicos, comecei a refletir sobre a festa.
“Música lamentável, frio de rachar, filas quilométricas pra comer.”
Senti vontade de me juntar à mulher da varanda, pra protestar.
“O que mais falta acontecer?”
De repente, alguém tocou meu ombro. Era meu primo.
- E aí, belê?- ele disse.
- Belê, e você?
- Bão, também. Viu, minha mãe disse que a vó quer falar com você.
- Comigo? Sobre o quê?
- Não sei. Mas, eu acho que é sobre a quadrilha do grupo da Terceira Idade. A vó tava falando que uma amiga dela, Dona Zulmira, tá sem par. Acho que ela vai pedir pra você dançar com a amiga dela.
Pronto! Não faltava mais nada!
Sem ir ao banheiro, despedi do meu primo, peguei minha esposa e fugi dali o mais rápido que pude.
- O que eu falo pra vó?
- Sei lá, inventa qualquer coisa, diz que fui pra Belém do Pará participar de um concurso pra dançarino do Calipso.
Daqui pra frente, Festas Juninas nunca mais!
Pois é Paulo a vida tem dessas coisas, qdo vc acha q a pior quadrilha da sua vida já aconteceu, sempre uma pior esta por vir....kkkk
ResponderExcluirOlá amigo!!
ResponderExcluirSeu blog está sendo divulgado no http://atibaiatem.blogspot.com um lugar onde pretendemos reunir os melhores blogs de Atibaia
parabens pelo blog e se puder colocar um link para nosso blog seriams gratos a você
Abraços
Nilton Flash
Atibaiatem
Oi cunhado,acabamos(eu e seu irmão)ficando viciados em abrir seu blog todos os dias p/ ver se tem novas estórias. Vc está se saindo hiper bem, adoramos rir com você. Agora virou uma responsabilidade...não deixe agente na mão. Parabéns!!
ResponderExcluirMuito legais os posts.
ResponderExcluirTô sempre de olho.
Abs.
paulo, pelo menos atibaia está avançando. no meu tempo, as comemorações juninas passavam praticamente batidas. não reclame, não, que as coisas são assim mesmo. parabéns pelo blog. muito divertido.
ResponderExcluirParabéns pelos posts!
ResponderExcluirComecei a ver seu blog atraves do Oscar!
Sou de Atibaia também!
Adoro suas crônicas! Continue assim!
No meu tempo, nossa agora me achei a velha!nos obrigavam nas festas juninas a dançar quadrilha. Bom, se bem que era ótimo sair todos os dias mais cedo para ensaiar a coreografia,(que nunca mudava). Todos queriam escolher seus pares mas como eu fui sempre a mais timida ou por medo de levar uma negativa do meu pretendente a par, ficava com o que a professora escolhia ou aqueles que não tinham encotrados os pares ainda. Ah e que tortura era essa hora, pensava "ai tomara que seja aquele (bonitinho), que não seja aquele (feinho). Professora escolha aquele (bonitinho) por favor! E claro, para minha sorte, sempre ela escolhia o mais feio, o mais mal cheiroso da classe. Ah meu Deus, pensava eu, nunca mais quero dançar, e sem falar que meus irmãos e primos falariam, " Nossa, mas que menino feio que você dançou. Mas o pior de tudo, além disso, o meu par sempre fervilhava de piolhos, pois é, acredite!! E minha mãe para consolar dizia: amarra esse cabelo menina,que era super comprido. E lá eu seguia super envergonhada para dançar e ainda com aquele par, que desastre! Pois é, não cheguei a ficar traumatizada por dança de quadrilha ou por festa junina mas tenho pavor, e quem não tem, de piolhos e mal cheiro! Mas apesar disso nos divertíamos muito!
ResponderExcluirSe ver as quadrilhas de hoje, com músicas de Calipso, Calcinha Preta, "PQP" e sei lá mais quem, isso sim é torturante!
Juliana, depois de tudo isso que você contou, acho que meu trauma em relação à quadrilha não é páreo para o seu. rsrs!
ResponderExcluirCaramba, quer dizer que as quadrilhas de hoje dançam Calypso e etc? Meu Deus, tô por fora mesmo. rs!
Abraço!
Hahahaha, não traumatizei!
ResponderExcluirCalypso não tenho certeza (exagei um pouco) mas como quase todos seguem moda, não duvido que não tenham usado aquele tipo de droga!
Seguem músicas da "moda", que nada tem a ver com a dança de quadrilha, que faz parte da cultura, cultura regional nordestina, mas é brasileira!
Fica uma mistura de cultura (inútil) que não se entende nada e muito menos a criançada.
Abraço!