Era quarta-feira, 14 de
dezembro de 2011, 22:00h.
Naquela noite,
despedi-me do pessoal do teatro e segui para casa a pé, cabeça baixa, digitando
uma mensagem no celular.
“FALHA DE ENVIO”
Tentei novamente... “FALHA
DE ENVIO”
Insisti mais algumas
vezes até que a mensagem na tela mudou para “SÓ CHAMADAS DE EMERGÊNCIA”.
Desisti. Bloqueei o
teclado e enfiei o celular no bolso. E quando levantei a cabeça foi que percebi
a escuridão em que me encontrava.
Eu estava no centro da
cidade e não havia uma luz de poste acesa. Faltava uma semana para o Natal e
não havia uma loja sequer aberta. Fazia um silêncio assustador.
Virei para trás para
ver se enxergava o pessoal lá na porta do teatro. Tudo apagado.
Meti a mão no bolso
para ligar a lanterna do celular, mas, ele não ligava.
“Não é possível que a
bateria tenha acabado” – pensei.
Não enxergava um palmo à
frente do meu nariz e quando já não sabia mais o que fazer, apareceu uma luz no
fim do túnel, ou melhor, no céu.
- Meu Deus...
***
Acordei numa sala toda
branca. Seria um hospital?
- Olá, terráqueo.
Meu coração quase pulou
pela boca quando vi a figura à minha frente: um extraterrestre!
Não era verde como nos
filmes. Nem cabeçudo. Era bem parecido com a gente só que a pele era transparente,
tipo... Aquele macarrãozinho japonês que tem gosto de pepino e gengibre e que
eu não sei o nome.
Quando me dei conta do
que se tratava, fiquei super empolgado: eu havia sido abduzido! Que massa! Eu
sempre tive vontade de conhecer os ETs... Mas, daí, comecei a pensar no que
eles poderiam querer fazer comigo...
- O que
vocês querem de mim? Já sei, implantar um chip na minha cabeça... Ou quem sabe
me colocar numa experiência sexual com uma ET de 4 seios pra ver o que nasce do
nosso cruzamento... Ou então...
Fui levado para uma
sala e me colocaram numa cadeira giratória no centro. Em volta havia pelo menos
10 ETs, estilo o programa de entrevistas Roda Viva.
- Você, Paulo, será submetido a uma série de perguntas esclarecedoras
sobre a sua espécie: os humanos.
- Eeeeeeeeuuuuuu??? Por que justo eu?
- Porque você tem um blog com mais de 200 seguidores e estes
seguidores estão crescendo a cada dia e você é conhecido em seu planeta como “O
Homem da Luz”.
- Hahaha! Não exagera! Vocês estão de brincadeira, não é? Eu sou
apenas um medidor de consumo de energia elétrica que tem um blog e...
-CALADO!!! Vocês humanos são estudados por nós há muitos séculos
e sabemos da capacidade de dissimular, fingir e mentir que vocês têm.
- Ok, seu ET. Mas, se vocês nos conhecem tão bem, em que eu
posso ajudá-los?
- Estudamos todas as línguas e dialetos do teu planeta, mas,
especialmente no teu país, o Brasil, há mensagens no meio de certas músicas que
não conseguimos decifrar. E temos certeza que você, o Homem da Luz, poderá nos
dar “uma luz.”
- Ai que engraçadinho o senhor... Pode falar...
- “TCHE, TCHERERÊ TCHÊ TCHÊ... TCHERERÊ TCHÊ TCHÊ... TCHÊ, TCHÊ,
TCHÊ...” / “TCHU TCHÁ TCHÁ TCHU TCHU TCHÁ, TCHU TCHÁ TCHÁ TCHU TCHU TCHÁ...” / “LÊ
LÊ LÊ, LÊ LÊ LÊ...” / “...TINDÔ LÊ LÊ, INHECO NHECO XIQUE XIQUE BALANCÊ...”
Fiquei pasmo com a
ingenuidade daquela raça que se dizia tão avançada. Expliquei o sentido
daquelas músicas e também avisei que seu entendimento não mudaria nada na
evolução da espécie. Mas, me surpreendi com a reação deles:
- Sensacional! Essas músicas são especiais! Podemos captar no
meio delas a essência, o significado de coisas maravilhosas!
“Meu Deus! O Mundo está
perdido!” – pensei.
Despedi-me de cada um
deles. O “chefão”, aquele que me mandou calar a boca 2 vezes, disse-me que
havia gostado tanto de mim que iria me procurar no Face.
No caminho de volta,
comecei a vislumbrar possibilidades de me dar bem com a experiência vivida, como
ser a ponte para uma série de shows o Michel Teló no planeta deles, por
exemplo.
***
Acordei em casa com uma
baita de uma ressaca. Não conseguia me lembrar de nada. Mas, com o passar dos
dias, minha memória foi voltando. E então eu me lembrei dessa história da
abdução. Nunca havia contado pra ninguém até hoje. Não por medo de ninguém
acreditar. Mas, é que naquela noite, antes de ser seqüestrado, lembrei que no
finalzinho da aula de teatro, eu estava com muita sede e o Salsicha, um colega
de palco, me ofereceu um gole de um líquido, que parecia água, que estava
dentro de uma garrafa de refrigerante dentro de sua mochila.
- O que é isso, Salsicha?
Mas, quem respondeu foi
outro colega, o Tiago:
- É Baygon!
Vai saber o que era
aquilo, meu Deus...
E o Homem da Luz voltou o/
ResponderExcluirHahahhahahaha
PS, já pode começar a escrever o roteiro da próxima Trilogia de Star Wars =P
Muito bom!
Ciborgue, um dia eu chego lá. rsrs!
ResponderExcluirAbraço!