Andrea namorava Roger.
Roger era o tipo de rapaz que toda garota sonhava em namorar (tirando algumas lésbicas). Era muito bonito, simpático, engraçado, inteligente e rico.
Seria o cara perfeito, não fosse um único defeito: mau hálito!
Durante anos ele buscou solucionar esse problema.
Primeiro, foi a vários médicos e dentistas que lhe disseram a mesma coisa: “- Não encontramos problema algum!”
Procurou ajuda na homeopatia e na botânica. Mas, sem sucesso.
Numa tentativa mais desesperada, foi atrás de curandeiros, bruxos e até de um padre exorcista. Chegou a ir a 3 encontros religiosos dos 318 pastores. Contudo, o bafão podre continuava.
Sua única chance talvez fosse invocar aquele ser que pode tudo no Universo (tirando Deus, é claro). Eu estou falando dele: Chuck Norris!
Mas, Roger não o encontrou no Twitter!
Como o mau hálito não poderia ser resolvido, o jeito era disfarçá-lo.
Além de chupar umas 80 balas de hortelã e mascar uns 30 chicletes de menta por dia, Roger começou a tomar medidas drásticas para que seu hálito se tornasse, ao menos, suportável: passou a escovar os dentes com Dermacyd, a fazer gargarejos com Cloro, além de ter pendurado uma pedra sanitária na língua como se fosse um piercing.
Andrea, embora amasse Roger, estava prestes a se separar dele. Não por preconceito, mas, porque o bafo-de-onça dele lhe causava ânsia de vômito.
As vésperas da separação, Andrea acordou com um terrível fedor no nariz. E embora tivesse dormido sozinha, no reflexo, chegou a olhar para o lado, só pra ter certeza de que Roger não estava lá.
O tempo foi passando e aquele cheiro desagradável no nariz de Andrea foi sumindo. O problema é que a sua capacidade de sentir o cheiro das coisas foi sumindo também.
Assustada, ela procurou um médico, que logo deu o seu diagnóstico:
- O que causou mau cheiro no seu nariz foi uma Sinusite. E como essa sinusite não foi bem curada, ela está evoluindo para uma Anosmia, que é a perda do olfato ou a perda da capacidade de sentir cheiros. Vamos começar o tratamento hoje mesmo!
Mas, Andrea não quis se tratar.
Hoje, quatro anos depois, ela se adaptou totalmente à sua deficiência.
E vive feliz, num sítio, ao lado dos dois filhos e do marido, Roger.