terça-feira, 29 de março de 2011

Bancos




Há exatamente um ano, adquiri um Título de Capitalização.

O Plano:

Pagar uma parcela por mês, durante 72 meses, no valor de R$15,00 e concorrer a prêmios semanais de 10 mil vezes o valor da parcela.

O boleto, que chega em casa pelo correio, vence todo dia 15. Quando meu salário atrasa (o que ultimamente não é muito difícil) eu empresto a grana de alguém, mas, nunca deixo de pagar a parcela em dia.

Pois bem. Neste mês, o boleto não chegou a minha casa.

Fui até o Correio da minha cidade, no departamento de distribuição de correspondências. A única coisa no meu endereço era uma carta de cobrança no nome de um cara chamado Samuel que morou na casa onde moro a pelo menos 200 anos atrás.

Então, o problema era com o banco.

Fui ao banco. Expliquei a situação pra mocinha que ajuda nos caixas eletrônicos e perguntei com quem eu poderia falar.

- Fala com a moça das mesas.

- Qual delas?

- Com a Sueli.

- Mas, qual daquelas três moças que estão nas mesas é a Sueli?

- A Sueli é japonesa.

- Obrigado.

Cheguei às mesas e havia duas japonesas e uma mestiça. Pegadinha?

Ainda não.

De repente, chega outra atendente, também japonesa. Agora sim era pegadinha.

- Sueli?

- Sim.

- Olha, eu adquiri um Título de Capitalização e neste mês o boleto não chegou a minha casa. Quero saber como faço pra retirar a segunda via.

- Você tem que ligar para um desses telefones. (Rabiscando rapidamente os números num pedaço de papel).

- Mas, eu não posso fazer isso aqui no banco?

- Não. Porque quando isso acontece não é problema do banco. Quem envia os boletos é uma financeira.

Tipo assim: quando fui adquirir o Título de Capitalização (as leitoras que me perdoem agora) a atendente só faltou me oferecer a “periquita” dela em cima da mesa. Agora, que eu estava com um problema, o banco simplesmente me dizia: o problema é seu! Mané!

- E pela internet? É possível tirar a segunda via?

- Ah... Acho que é sim. É sim...

Fui embora pra casa e entrei na internet. Quando fiz o plano, o banco tinha outro nome. Recentemente ele foi vendido a outro banco e a página referente ao Título de Capitalização que adquiri, deixou de existir.

Coloquei na busca: “Segunda via para boletos”.

Não havia essa opção para Títulos de Capitalização.

Tive vontade de colocar na busca: “Como explodir um banco”.

Mas, achei melhor tentar primeiro o telefone.

Liguei pro 0800:

“Este telefone só recebe chamadas de localidades fora do estado de São Paulo”.

Liguei pro outro número:

Primeiro uma propagandinha básica do banco. Depois, aquele lance das opções: aperte 1 para explodir o banco, aperte 2 se estiver com a intenção de cometer suicídio, aperte 3 para..., aperte 9 para falar com um de nossos atendentes.

Apertei 9...

Durante 5 minutos fiquei aguardando alguém me atender. Até que finalmente... A ligação caiu.

Tentei novamente.

Por 15 minutos fiquei ouvindo aquela musiquinha maldita:

“Parará... papá... papá... Juntooooooos...”

E a ligação caiu de novo.

“- Vou tentar pela última vez!” – pensei.

“Seu crédito é insuficiente para realizar chamadas, recarregue seu celular na bancas de jornal...”

Como estava prestes a explodir o banco, decidi voltar lá no dia seguinte, mais calmo.

No dia seguinte, cheguei ao banco faltando menos de 5 minutos para fechar.

Estava de uniforme de trabalho e com a minha mochila cheia de objetos metálicos. É claro que a porta giratória apitou feito uma louca.

- Seu guarda, não dá pra tirar tudo da mochila. Não tem como eu deixar ela aqui fora? Eu preciso entrar urgentemente!

O guarda me aparece com uma chave e diz:

- Você pode guardar a sua mochila ali naquele armário.

Corri até o armário. Coloquei a chave e ela não girava. Tentei umas 6 vezes e nada.

- O senhor tem certeza de que essa é a chave certa?

- Ah, desculpa. Não é essa chave não.

Ele entrou e pegou outra chave.

- Tenta essa.

Na primeira tentativa:

- Consegui!

Quando fui entrar pela porta giratória apareceu um funcionário.

- Desculpe, mas, o horário de atendimento já acabou.

Fiquei tão NERVOSO, tão PUTO, que por muito pouco eu não me tornei o primeiro homem-bomba da história a explodir sem explosivos.

Peguei minha mochila, devolvi a chave pro guarda e passei no trailer do mercado municipal onde pedi um suco de maracujá bem reforçado pra acalmar.

Peguei meu suco de maracujá e caminhei até a praça. Respirei profundamente três vezes seguidas e me senti bem mais calmo.

Sentei num banco e quando fui dar o primeiro gole no suco, uma pomba cagou dentro dele.

Definitivamente, não tenho sorte com bancos!


14 comentários:

  1. kkkkkkkkkkk
    Tenho pena de vc PS, mais value por dar esse momento de alegria para seus ávidos leitores kkkkkkk


    First again?

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  2. é, estou aprendendo como é vida de bancos, fui abrir minha primeira conta corrente, e cara como não faltou burocracia, haja muita muita muita paciencia, e mesmo assim tive que voltar outro dia. Mas a pomba não chegou a cagar na minha coca-cola!

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  3. huauhahhuahahhahauhuhauhuauhuhauha puta q pariu heim. Cara, nessas horas é bom a gente nao ter porte de arma né, hehehehehe.

    Abraço e muita calma nessa hora.

    Glauber

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  4. Ciborgue, cara, acho que quanto mais a gente reclama de uma coisa, pior fica. Banco é uma coisa que eu sempre reclamo. Acho melhor parar ou da próxima vez é capaz de uma merda de pterodáctilo cair na minha cabeça ao sair do banco e sentar-me no banco da pracinha.

    Abraço!

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  5. Simey, puxa, você teve sorte. Talvez seja porque você não reclamou na hora. Olha, nunca reclame de um banco. As coisas só pioram. rs!

    Abraço!

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  6. Glauber, de fato, você tem razão. o melhor nessa hora é ter porte de bomba atômica.

    Abraço!

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  7. Nossa Ps como você é azarado (e isso já foi comprovado em outros posts).
    Afinal, você conseguiu fazer o que pretendia?
    Boa sorte da próxima vez!

    Beeijos,
    Isabela.

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  8. Isabela, não consegui. Agora vou buscar o Procon e depois tentar retirar o dinheiro que já investi. E com certeza NUNCA indicar pra alguém contratar um serviço desse banco. rs!

    Abraço!

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  9. Quanto mais reclamamos mais achamos defeitos, por isso rs

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  10. Essa burocracia toda é um maravilha,não é mesmo?
    hahahahaha

    Abraços,
    Raquel

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  11. Raquel, a burro-cracia é algo apaixonante! rs!

    Abraço!

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  12. Hahahha, OMG eu vejo a cena toda como se fosse um episódio de desenho animado, como se fosse impossível de ser verdade .... Mas, no final das contas, parece que É A GENTE que acaba adquirindo uns ' narizes de palhaço ' nessa vida real ....

    É fogo !!!!

    Continuo fã desse blog, Paulo, apesar dos pesares .... "/

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  13. Bia, é verdade. A gente vira palhaço desse sistema.

    Abraço!

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