sábado, 18 de dezembro de 2010

O Lago e a Montanha


Construí minha casa bem em frente a um lago.

Esse lago é tão claro que é possível enxergar o que há no fundo. Não que ele seja fundo, pelo contrário, é até bastante raso.

Juntando-se a isso a calmaria de suas águas, tem-se um lugar seguro para desfrutar.

Atrás da minha casa existe uma montanha.

Todas as manhãs, assim que acordo, a primeira coisa que faço é olhar para ela através da minha janela.

Nessa montanha há uma trilha e muitas noites eu a percorro até o topo. Meu desejo é me mudar para lá. Mas, eu sempre volto antes do amanhecer.

Talvez porque eu dê ouvido demais àquela voz que insiste em me falar dos “perigos” desse caminho.

Talvez porque eu ainda não tenha coragem de abandonar o lago.

Até a algum tempo, era perfeitamente possível continuar morando nessa casa, tirando proveito da tranquilidade do lago e das aventuras na montanha.

Mas, os tempos são outros...

O lago, que já não tem peixes, se não for cuidado, poderá secar.

Já a montanha, pode ter suas trilhas fechadas pela mata antes que eu chegue ao topo.

É preciso escolher.

Eu preciso escolher!

Se eu ficar com o lago, é provável que nunca mais tenha a chance, ou a energia, para subir à montanha.

Se eu me mudar para a montanha, me afastarei de vez do lago e, provavelmente, muitos se afastarão de mim...

Ficando com o lago, tenho medo de que a sua calmaria me deixe numa posição tão cômoda que, sem perceber, eu me atole e acabe perdendo a minha própria vida.

Subindo a montanha, que garantias eu tenho de que ao atingir o seu topo, um vento forte não irá me derrubar?

“Quanto maior a altura, maior a queda” - diz o ditado.

Ficando ou subindo os riscos existem. As garantias não!

O tempo passa...

É melhor ficar com o conhecido e seguro ou arriscar tudo numa oportunidade única?

O tempo passa...

É melhor fazer feliz a quem nos ama ou buscar o amor recíproco contra tudo e contra todos?

O tempo passa...

É melhor tomar uma atitude radical ou deixar tudo nas mãos do tempo?

O tempo passa...

Este texto brotou em minha cabeça numa certa manhã. 

Seria meu? Seria pra mim? Seria sobre mim? Servirá pra alguém?

Não sei. São tantas as incertezas. 

A única certeza é que o tempo passa...

10 comentários:

  1. Caramba, nao sabia que vc era tão bom FILOSOFO!

    Isso é um baita texto para se retirar a essencia e refletir.

    Muito bom PS!

    Se nao houver mais postagens até o Natal e nao nos falarmos mais, um FELIZ NATAL!

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  2. Gostei muito do texto... bem filosofico. em certos momentos da nossa vida nos deparamos com esses questionamentos: o que será melhor pra nós??? e cabe a nós escolher o melhor caminho...
    abraço
    Daniel

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  3. Muito bom, parabéns pelo texto!!! Com certeza serviu para alguém. Me serviu muito.

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  4. krol, obrigado pelo comentário foda! rs!

    Abraço!

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  5. Ciborgue, muito obrigado!

    Não vou te desejar feliz natal agora porque prentendo postar mais uma vez pelo menos antes de sexta. rs!

    Abração!

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  6. Daniel, é isso mesmo. Só cabe a nós.

    Abração!

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  7. Patrícia, obrigado pelo comentário. E, puxa, fico feliz que tenha servido pra você. Que legal!

    Abraço!

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  8. Existe um texto chamado "Correr Riscos",vou colocar um trechinho dele aqui: "Há pessoas que não correm nenhum risco, não fazem nada, não têm nada e não são nada.
    Elas podem até evitar sofrimentos e desilusões, mas elas não conseguem nada, não sentem nada, não mudam, não crescem, não amam, não vivem."

    Eu achei que essse texto tinha a ver com o teu post.Aliás ,muito bom o seu texto!

    Abraços,
    Raquel

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  9. Raquel, tem tudo a ver mesmo. Obrigado por colocar um trecho aqui.

    Abração!

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Obrigado pelo comentário!

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