sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Achar e Encontrar


Quando comecei a namorar a minha esposa (há 10 anos atrás), me descobri um cara muito ciumento!

Por outro lado, continuei a ser uma pessoa que pensa muito antes de agir, o que equilibrou a situação.

O bom era que a Dani, minha esposa, não era o tipo de garota que provocava situações pra me causar ciúme. Logo, meu problema era com aqueles caras que adoram “urubuzar” a mulher alheia.

Certa vez, fomos a um barzinho num sábado à noite. Tudo corria bem até que comecei a perceber um certo garçom olhando muito na nossa direção.

“Deve ser impressão minha”- pensei. Tentei continuar ali na boa, mas, o cara olhava tanto que não tinha como não reparar.

Algo começou a fervilhar dentro de mim (e não era azia nem queimação!)

Não disse nada pra Dani, mas passei a encarar aquele garçom com a cara mais feia que pude fazer (o que também não foi nenhum sacrifício).

Depois de alguns minutos ali parado, pensei: “Se esse cara olhar pra cá mais uma vez, eu vou dar uma voadora na cara dele!”

Mentira!

Eu pensei: “Se esse cara olhar pra cá mais uma vez, eu vou lá falar com ele. Vou despachar esse filho da mãe sem violência, na categoria!”

Só que aí o cara não olhou mais!

Então eu fiquei ali, como um vulcão prestes a entrar em erupção. Engasgado. Sem ter pra onde escoar o meu nervosismo.

Aí, tive a brilhante ideia de cantar no video-kê do bar. E desabafei toda a minha raiva no ouvido de todos os pobres coitados que lá estavam!

Anos depois...

Certo dia, estava conversando com um amigo na rua e, de repente, o tal garçom do bar passou perto de nós. Apontei pro tal garçom e disse pro meu amigo:

- Tá vendo aquele cara ali? Então, uma vez...

E contei toda a história acima pro meu amigo. Mas, pra minha surpresa, quando terminei, ele disparou a rir:

- O que foi? Cacete! - perguntei.

- Hahahaha!

- Fala! Por que você tá rindo?

- Ai, Paulo! Você sentiu ciúme daquele cara?

- Senti, ué? Por quê?

- Porque ele é gay!

Ou seja, não era pra Dani que o garçom estava olhando naquele dia...

*
*
*

O fato é que eu continuo assim, ciumento, mas, equilibrado.

Não sou do tipo que fica mexendo nas coisas da esposa pra ver se acha alguma coisa suspeita.

Mas, dias desses, abri a bolsa dela pra pegar o seu celular...

Calma, gente! Foi ela que pediu!

Abri a dita-cuja da bolsa... E praticamente iniciei uma viagem fantástica por um mundo até então desconhecido...

Mexi e remexi ali dentro por uns 5 minutos e nada de encontrar o celular.

- Achou? – ela perguntou.

- Ainda não! – respondi.

Pra facilitar minha procura, comecei a tirar os objetos de dentro da bolsa: desodorante, perfume, batom, sombra, sombrinha, pente, lenços, documentos, ogiva nuclear, Bin Laden, sobreviventes do Lost...

Meu Deus do céu! Eu não sabia se aquilo era uma bolsa ou o corpo do Capitão Caverna.

Por um momento senti medo de cair lá dentro e ir parar no desenho da Caverna do Dragão.

- Não achou ainda?

- Pô, Dani! Tem um mundo de Walt Disney aqui dentro! Só não consigo achar o “bendito” celular!

- Tá louco! Vocês homens são muito atrapalhados. Não encontram nada!

“Não encontram nada!” Também, mulher é assim (pelo menos as da minha família), quando guardam uma coisa, ninguém mais acha.

A minha irmã, então, é a pior! Quando ela guarda uma coisa nem ela mesma acha. O objeto vai parar num mundo paralelo e depois só com a ajuda de uma carta psicografada pra gente encontrá-lo.

Mas, eu continuava procurando o celular e nem sinal dele.

Já estava a ponto de chamar os caras que fizeram o resgate dos mineiros no Chile quando o celular dela tocou!

- Não falei que ele estava aí?

Fiquei tão irritado que virei a bolsa de ponta cabeça e despejei todo o seu conteúdo na cama. Tinha de tudo, menos o celular! O pior é que o “mardito” continuava tocando e o som vinha dali, do meio das coisas.

- Não é possível? Será que eu tô sonhando ou ficando louco? Cadê esse celular?

De repente, a Dani levantou, olhou debaixo da cama, apanhou algo com a mão e disse:

- Tá aqui!

- Ahá! Tá vendo?

- Vendo o quê?

- Você fala que “os homens não encontram nada!” Mas, você acha que era possível eu encontrar seu celular se ele não estava dentro da bolsa?

- Acho!

- Como assim?

- Se não fosse possível, eu não teria encontrado!


Tá louco, mulher tem resposta pra tudo!



sábado, 16 de outubro de 2010

Ave! Que mico!




Há uma casa em que faço leitura da luz todos os meses e a pessoa que me atende ao interfone tem um tom de voz tão sombrio que me leva a pensar se ela não é irmã do Darth Vader.

Depois que a tal mulher desliga o interfone, outra voz fica gritando lá de dentro:

- Quem é?

- É o leiturista da luz! (eu respondo)

- Quem é?

- Leitura de luz!!! (já falando mais alto)

- Quem é?

“É o Dunha! Cacete!”

Depois da terceira vez, a minha paciência começa a se esgotar. Se a pessoa quer saber “quem é?” por que é que ela não vai me atender ao invés de ficar gritando?

Esse mês, devido ao atraso do meu pagamento eu estava mais mau-humorado que a mulher do interfone. Cheguei nessa casa e ela atendeu:

- Quem é? (com aquela voz de quem queria matar um)

- Leitura da luz! (com aquela voz de quem queria matar também)

- Já vou! (com aquela voz que indicava que esse um era eu)

E aí, aquela outra voz começou com a palhaçada:

- Quem é? Quem é? Quem é?

Tentando me acalmar, respirei tão forte que colou um pedaço de asfalto no pêlo do meu nariz. Estava prestes a mandar aquela pessoa pra PQP!

Entrei na casa e enquanto fazia a leitura percebi que a voz continuava perguntando: - Quem é? Quem é? Quem é?

Como dois canos de uma arma, mirei meus olhos na direção em que vinha a voz e disparei: - Meu Deus do céu! É a leitura da luz!

Foi aí que percebi que havia pagado o maior mico.

A dona, ou melhor, o dono daquela voz era um papagaio!

Pelo menos arranquei um sorriso da irmã do Darth Vader.



quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Ironia




Hoje de manhã, fui informado de que o meu pagamento atrasaria.

- Mas, será que até amanhã sai? – perguntei.

- Amanhã, não!

- Segunda-feira, então?

- Hummm... Acho que também não!

Quer dizer, segunda não, terça feriado, o meu pagamento só deve sair na próxima quarta-feira.

O que pode ser pior do que passar o fim de semana prolongado com 2 reais na carteira?

Muita coisa!

Exemplos:

Eu poderia pegar esses 2 reais e comprar 4 icegurts. Só que na hora de pagar, eu descobriria que a nota de 2 reais é falsa! E quando o cara do carrinho de icegurt chamasse a polícia, eu fugiria correndo, mas, seria atropelado por um carro de som que fazia campanha pra Dilma;


Ou


Meu pagamento sairia na quarta-feira. Pago em cheque nominal. O que seria magnífico, uma vez que o banco em que recebo está em greve!


Ou


Na quarta-feira, eu receberia duas informações.

A primeira é de que o pagamento atrasaria mais uma semana.

A segunda, que a tarde haveria mais uma daquelas palestras/reuniões mensais que eu adoro!

Vale a pena falar de dois momentos inesquecíveis e marcantes de alguns desses encontros:

1 – A mulher que fazia a palestra pra gente, disse que, segundo pesquisas recentes, o tipo de reconhecimento que o trabalhador espera receber do seu patrão NÃO é em dinheiro!

COMENTÁRIO: Essa pesquisa foi feita com quem? Milionários que fazem trabalho voluntário? Só pode ser!

Como disse o meu primo Rafael, que na época também era leiturista: “- Será que essa mulher pensa que quando eu era criança eu sonhava em ser leiturista de luz quando eu crescesse?”

Eu só trabalho porque preciso do dinheiro. Se eu não precisasse de dinheiro, me dedicaria ao teatro e a escrever, isto é, ao que eu realmente gosto!

Mas, de repente, pode ser que tenha algum colega meu que sonhou em ser leiturista, né?

Há louco pra tudo!

2 – Certa vez, tivemos uma reunião à tarde, em pleno dia de trabalho. O tema interessantíssimo era: a mudança do papel da conta de luz. Explico:

Até pouco tempo, a conta era impressa em papel reciclado.

Hoje, o papel utilizado possui um selo que garante que a floresta de origem da madeira usada na fabricação desse papel é explorada de acordo com todas as leis vigentes.

Quatro pessoas se revezaram nessa palestra de durou duas horas!

COMENTÁRIO: Na boa! Acho que nem os militantes do Partido Verde conseguiriam assistir a essa palestra sem dar uma “pescada”. Teve colega meu que até babou!

Nos momentos em que eu me mantive acordado, uma questão não saia da minha mente, até que um dos palestrantes mesmo falou:

“- Vocês devem estar se perguntando: por que eu preciso saber sobre essa mudança no papel da conta? Resposta: Para informar os clientes que questionarem vocês na rua!”

Pra começo de conversa, quem entrega a conta são os carteiros.

E outra: quem é que vai ser chato a ponto de vir tirar satisfação sobre o papel da conta?

Imagina um tiozinho:

- Ô rapaz! Faz favor, um pouquinho!

- Pois não, senhor!

- Você pode levar essa conta de luz de volta porque eu não vou pagar! Onde já se viu esse desperdício de papel?!

- Mas, senhor. Esse papel vem de madeiras extraídas de acordo com a lei.

- Não quero saber! Se a conta não for em papel reciclado, eu não pago!

Costumo dizer que a minha vida pode ser dividida em antes e depois dessas reuniões, tamanha a importância que elas têm pra mim!

Mas, será que a situação pode ficar ainda pior?

Claro que sim! Basta lembrar que quarta-feira já será dia 13 e que dia 10 vence o aluguel, a conta de água, a internet e a academia. Que o crédito do meu celular acabou. Que a conta de luz já venceu. E que eu sou o tipo de cara que sempre, sempre, sempre andou com as contas em dia!

Ou seja, o dia hoje está maravilhoso! E o meu emprego também!

Pra que reclamar da vida, gente? Faça como eu estou fazendo agora: compartilhe com os amigos a alegria que você está tendo em viver hoje!

E uma dica:

Quando a vida quiser te FUDER, ignore!

E mais do que isso: seja IRÔNICO com ela. Porque assim ela vai broxar e você retomará o ritmo normal de sua vida ileso!

Se bem que a vida poderia dar o troco sendo ainda mais irônica comigo.

Como?

Aparecendo um cara aqui, dia 13, pra cortar a minha luz por falta de pagamento...


terça-feira, 5 de outubro de 2010

Filas de votação





A gente vê e ouve cada coisa nas filas de votação.

Minha mãe foi votar no domingo e havia umas 10 pessoas na frente dela. Chegou uma senhora e, pra passar o tempo, as duas começaram a conversar.

Mas, de repente, a mulher começou a reclamar que estava se sentido muito mal.

- A senhora quer que chame o pessoal da ambulância que está lá fora? – disse um dos fiscais que trabalhavam na eleição.

- Não. Eu só quero votar logo e ir embora pra casa.

- Tem certeza, senhora? Acho melhor eu chamar o...

- Não precisa! Eu só to com um pouco de tontura, enjoo e dor de cabeça. É só votar logo, chegar em casa, tomar o meu remédio e me deitar que passa!

- Tudo bem!

Passaram a mulher na frente de todo mundo.

Depois de votar, a mulher saiu da sala, puxou minha mãe num canto e disse cochichando :

- Na verdade, eu não estava passando mal nada! É que eu lembrei que deixei um frango assando no forno! Hehehe!

Dá pra acreditar?

Todo mundo sabe que quem tem criança de colo passa na frente dos outros.

Só que tem família que faz rodízio com a coitadinha.

Entra a mãe, vota e sai.

Um minuto depois, entra o pai carregando a mesma criança. Vota e sai.

Depois, o tio. Depois a tia...

Até que o fiscal não aguenta a cara de pau da família e comenta com a tia:

- Engraçado, moça! Tenho a impressão de que é a quarta vez que vejo essa criança aqui hoje! É seu filho?

- Não. São da minha irmã.

- Como assim são?

E a cara de pau diz:

- É que ela teve quadrigêmeos!

Pior que isso é gente que carrega a criança maior que ele no colo e quer passar na frente.

- Desculpe, senhor, mas, só passamos na frente quem está com criança de colo.

- Mas, o meu filho está no colo.

- Senhor... Por favor! Seu filho deve ter no mínimo uns 12 anos!

- Não é nada disso! Ele só parece muito grande, mas, na verdade, eu que sou anão.

O fiscal encara o senhor e percebe que ele tem no mínimo 1,70m de altura, ou seja, é maior que o Oscar Filho e, portanto, não pode ser anão!

Mas, quem se dá mal mesmo é o sujeito que atende o celular na fila.

“- Alô? Quem fala? Oi, tudo bem e você? O que? Ah, se eu tenho o telefone do Ditão? Celular ou fixo? Fixo? Tenho sim, só um minutinho...”

O sujeito pede uma caneta pro rapaz do lado dele. Olha na agenda do celular e anota os números do tal Ditão na mão. Aí, volta pro celular.

“- Oh, João! Anota aí o número do telefone do Ditão: 45134350. Anotou? Que? A ligação tá ruim. Ah, pra falar alto e pausadamente? Tá bom! Marca aí:

45 – 13 – 43 – 50"

Nesse momento um radical grita:

- Ei! O cara tá fazendo boca de urna aqui na fila!

Os fiscais chamam a polícia e levam o sujeito que falava ao celular algemado.

E pensar que o coitado ia votar em branco pra presidente...


sábado, 2 de outubro de 2010

Momento pleno





Queridos seguidores e leitores do blog.

Estou aqui hoje para indicar a vocês a leitura do blog “A Balada do Flautista”.

“A Balada do Flautista” é o nome da peça de teatro que o Corpo de Teatro de Atibaia, do qual faço parte, está apresentando aqui em Atibaia.

O blog ainda é novo, mas, já possui fotos da primeira apresentação, informações sobre os nossos professores, além de um texto que escrevi chamado “Momento pleno”, que está na parte de Depoimentos. Quer ler? Clica AQUI!

Aproveitando, gostaria de pedir mais uma vez a vocês que votem no meu blog que está concorrendo ao Prêmio Top Blog na categoria Humor. É só clicar no banner no canto esquerdo acima e seguir as instruções. Depois, confirmar o voto em seu e-mail.

A votação vai até o próximo dia 6 de outubro. Quem puder votar e me ajudar a passar para a próxima fase, ficarei eternamente grato!

Um grande abraço e um grande beijo a todos vocês que com seus comentários me ajudam a fazer o blog melhorar cada vez mais!

Paulo SergioO Leiturista