Quando meu primo Rafael fazia faculdade, havia um colega dele adepto da malhação que ao invés de assistir as aulas, ficava correndo e dando cavalo de pau com a sua camionete no estacionamento da faculdade.
Certo dia, esse colega foi reclamar da nota de sua prova para um professor que disse o seguinte:
- Olha, se você se preocupasse menos em malhar o corpo e malhasse o cérebro, provavelmente teria tirado uma nota melhor.
O “bomba”, mesmo sabendo que o professor estava coberto de razão, quis dar uma de gostoso:
- O senhor fala isso, mas, eu garanto que queria ter um tanquinho igual ao meu. – disse levantando a camisa.
E a resposta do professor veio em tom suave:
- Aí que você se engana. Prefiro ser barrigudinho a ter um "tanquinho". Até porque, embaixo de um “tanquinho” sempre tem uma “torneirinha”.
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O que não falta em academia são caras com corpo de funil: gigantes da cintura pra cima e de pernas finas como hashis. Lembram bastante aquele cachorro do desenho do Tom e Jerry.
Eu tinha um colega de trabalho que era desse tipo. Certa vez, ele passou por uma crise existencial e sua maior questão em relação à vida foi:
“- Por que, meu Deus, por que o dono da academia gasta dinheiro comprando aparelhos para exercitar os músculos das pernas?”
Se um dia eu for brigar com um cara desses, a única coisa que vou fazer é dar-lhe uma bicuda no joelho. Certamente, ele deve cair como um elefante velho e não se levantar nunca mais.
E o papo deles, então?
- Pô, maluco, tô tomando um negócio novo pra ganhar massa.
- Deixa eu ver!
O primeiro mostra a embalagem. O segundo fica inconformado:
- Meu, cê tá louco?! Tomando anabolizante pra cavalo?
- Por quê? É ruim?
- É péssimo! O lance agora é tomar anabolizante pra dinossauro!
Aliás, tem uma galera que já chega na academia munida de um arsenal de suplementos.
O cara abre a mochila e tira uma garrafinha. Despeja 4 comprimidos e enche de água gelada. Chacoalha. O líquido fica azul fluorescente e levanta fumaça. O cara vai, faz 3 séries de apenas 1 exercício e já tomou tudo.
Minha expectativa é que depois de tomar aquilo o cara vire um Avatar.
Mas, não! Ele volta pra perto da mochila e prepara um novo líquido, dessa vez, de cor amarela.
O pior é quando esses caras ficam conversando sentados em cima do aparelho. Ninguém tem “peito” de falar nada, até que um adolescente, magrela, porém corajoso, diz o seguinte:
- Por favor, vocês podem dar licença pra eu fazer o exercício?
Aí, um bombado olha pro outro e diz:
- Dá licença aí pro “fino” malhar. Ha ha ha ha!
O prazer desses caras é chamar os magros e normais de “finos”.
Mas, quem realmente deve ter algo muito “fino” pra ser compensado com tanta malhação, são eles!
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Outro tipo comum em academias, são aquelas mulheres que já passaram dos 40 e que se orgulham de ter um abdômen definidíssimo.
Muitas vezes, chego a ter vontade de dar um soco no estômago delas, só pra ver se é forte mesmo. Mas, depois, fico pensando como poderia atualizar o blog com a mão quebrada e acabo desistindo.
Certa vez, um amigo meu se interessou por uma dessas mulheres aficionadas por malhação. A diferença de idade entre eles era de quase 20 anos, mas, a curiosidade por parte dele de sair com uma mulher mais velha era crescente.
Um dia, marcaram de ir ao motel. Mal podia esperar o dia seguinte para que ele me contasse cada detalhe.
No dia seguinte:
- E aí, Pedro (nome fictício), como foi a noitada?
- Não foi! – decepcionado.
- Como assim? Ela furou?
- Não.
- Então?
- Cara, lembra que eu te disse que ela era viciada em malhação?
- Lembro. Inclusive na foto que você me mostrou, ela parecia bem forte.
- Pois é. Lembra também que ela me disse que era capaz de erguer 90 quilos de uma forma que ninguém no mundo jamais conseguiu?
- Lembro. Mas, o que isso tem a ver?
- Ela me mostrou como.
- E?
- Depois disso, eu tive medo, pavor, entende?
- Medo de que?
- De ficar aleijado.
- Como assim?
- É que pra conseguir erguer 90 quilos do modo que ela ergueu, ela precisou unir a malhação exagerada à uma outra técnica.
- Que técnica?
- Pompoarismo!