Pena que as professoras não entendessem isso.
Certa vez, estávamos trocando bilhetinhos durante a aula quando a professora, que era uma fera, percebeu e disse:
- O que é que tem nesse bilhete aí?
- Nada, não, professora. - respondi tremendo.
Sempre que alguém trocava recadinhos na aula dela, ela pegava o bilhete, lia e dizia que mais tarde iria mostrá-lo ao diretor, que era um verdadeiro ditador.
Claro que isso era apenas uma ameaça, mas, no caso do bilhete que entreguei ao Oscar, era bem provável que ela mostrasse mesmo ao diretor: ele continha poesias feitas com palavrões!
Naquele dia, por muita sorte, a professora estava de bom humor. Depois da minha resposta, ela continuou escrevendo na lousa e não tocou mais no assunto, para o meu alívio.
Mas, aí, o Oscar com a sua mania de ser "explicadinho", quis dar uma justificativa melhor pra professora e estragou tudo:
- Professora, sabe por que a gente tava trocando bilhetes?
- Por quê?
- É que o Paulo vai precisar dormir lá em casa e...
Nesse momento, a turma toda gritou em coro:
- Êeeeeeeeeeeeeeeeeeeeerrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr!!!!!!!!!!!!!!!
Aqueles maliciosos levaram a coisa por trás!
Até a professora riu!
Sinceramente, eu preferia que ela tivesse pegado o bilhete.
Continuando no assunto escola...
No colegial, certa vez, após ter terminado o exercício proposto pela professora de Português, Oscar ficou fazendo suas palhaçadas até a hora do intervalo.
A professora, que sentia prazer em ser chata, com inveja da sala toda estar prestando atenção no Pequeno e não dar a mínima pra ela, chegou pro Oscar e disse:
- Sabe, Oscar, você pensa que é humorista, mas, precisa aprender muito ainda pra isso.
E o Oscar, categoricamente, respondeu:
- Eu sei que não sou humorista, professora. Sou apenas um "comicuzinho"!
O Flávio, um amigo nosso que "quase não era empolgado", levantou-se e começou a aplaudir o Oscar de pé!
Na sequência, a turma toda fez o mesmo.
Será que hoje, essa professora mudou de opinião?
Mudando de assunto...
Sempre gostei de animais de estimação. Mas, daqueles que interagem comigo, como os cães e os gatos.
Houve uma época em que o Haroldo, um amigão nosso, montou um aquário. O Oscar, que sempre foi chegado à novidades, quando viu o aquário do Haroldo ficou encantado. E no mesmo dia começou a infernizar o seu pai para comprar um aquário também.
Havia aqui em Atibaia um lugar especializado em tudo para aquários chamado Aquariomania.
Naquela época, o Haroldo e o Oscar iam ao Aquariomania praticamente todos os dias. E ficavam lá de 1 a 2 horas, olhando peixes, vendo equipamentos, pegando informações...
O foda é que eles ficavam insistindo muito pra que eu fosse junto.
Como eu não curtia peixes, achava um saco ficar naquele lugar olhando aqueles peixes, ouvindo-os falar sobre o Peixe-Espada, o Lebiste, o Caralho a quatro...
Dizem que observar um aquário acalma a gente. No meu caso, o efeito era contrário!
Sinceramente, eu ODIAVA com todas as minhas forças estar naquele lugar!
Mas, como eu odiava ainda mais a insistência daqueles dois para ir lá com eles, o jeito era ir, sentar na porta e esperar.
A gota d'água aconteceu no dia em que o Oscar resolveu insistir para o pai dele comprar o aquário antes do prazo combinado.
Depois do expediente, o pai do Oscar estava tomando um choppinho pra relaxar, quando o Pequeno entrou no barzinho pra falar com ele.
Eu fiquei lá fora, num ponto onde o pai dele não conseguia me ver.
O Oscar começou:
- Pai, preciso comprar o aquário hoje!
- Pô! Junior! (o pai dele o chamava de Junior) Nós não combinamos de comprar sábado que vem?
- Eu sei pai, mas é que eles tão fazendo uma promoção. E vai acabar hoje! E...
Ele ficou muito tempo lá dentro enchendo o saco. Eu que tava ouvindo de fora já tava ficando "nos nervos". Até que no ápice da irritação, o pai dele disse:
- Pô! Junior! Por que tanta pressa pra comprar esse aquário? Quem é que tá botando essa ideia na sua cabeça? O Paulo?
Juro que quando ouvi isso, não sabia se chorava, ou se entrava no bar e pedia uma dose tripla de Absinto com veneno!
Puta que o pariu! Além de passar pela tortura de aguentar o Haroldo e o Oscar falando o dia todo daquele maldito aquário, ainda fui acusado injustamente de ser o incentivador maior de um dos meus torturadores!
Rezo a Deus que o pai do Oscar leia essa postagem pra saber que eu também fui uma vítima da "Maldição do Aquário"!
Pra fechar...
Há muito tempo atrás, uma amiga minha que também é prima do Oscar, ficou com um carinha.
Ele ficou apaixonado, mas, como ela não quis saber de mais nada além de amizade, o rapaz sumiu por um bom tempo.
Um ano depois, o reencontramos numa balada. Estava com um visual totalmente mudado, meio punk, meio metaleiro e acompanhado de 2 amigos no mesmo estilo.
Os 3 ficaram o tempo todo tentando impressionar a mulherada, contando histórias de como eles eram loucos, de como zuavam, de como eram "foras da lei", além de ficarem soltando uns gritos e grunhidos estranhos quase toda hora.
Depois da balada, ela e suas amigas ficaram conversando com os malucos-beleza em frente a casa dela.
O Oscar e eu, enquanto esperávamos as meninas para ir embora, resolvemos praticar um passatempo meio imbecil: sair correndo em direção a um poste de sinalização, pular e tentar rodopiar ao redor dele.
Depois que aqueles que se intitulavam "loucos" foram embora, minha amiga virou pra gente e disse rindo:
- Sabe o que eles falaram sobre vocês dois? "Nossa! Gostei dos seus amigos! Os caras são muito loucos!"
E a gente que pensava que os loucos eram eles!