Dias atrás, o meu cunhado (que não é o cunhado mala) me perguntou o seguinte:
- Paulo, você já tomou a vacina contra a nova gripe?
- Ainda não. - respondi - Pra minha faixa etária começa em maio, se não me engano.
Aí, ele fez a "pergunta sem noção":
- E você gosta de tomar vacina?
O que responder pra ele?
“- Acho que não, inclusive quando eu tinha 5 anos e tomei aquela vacina contra paralisia infantil, eu cuspi.”
Eu não respondi isso, claro. Mas que é verdade é. Eu recebi as gotinhas, fingi que engoli e quando cheguei na rua, cuspi no chão. E como achei aquilo bonito, resolvi contar pra minha mãe que deve ter ficado com vontade de me estrangular.
O pior (ou melhor) é que eu tive que tomar a vacina de novo. E dessa vez, a minha mãe falou assim:
- Abre a boca! Quero ver se você engoliu desta vez.
Eu era muito sem noção!
Voltando a pergunta cretina...
Penso que há coisas na vida que a gente faz porque é preciso fazer e não porque gostamos.
Por exemplo: o que a gente faz depois que o “ciclo do Activia” se completa?
Limpa o fiantã! Vai dizer que a gente faz isso porque gosta?
O máximo que alguém pode responder é que não gostaria de ficar sujo, óbvio. Mas, isso não significa que o ato de passar o papel na porta de saída, seja algo prazeroso. Ainda mais se o papel for de má qualidade, daqueles que curam hemorróidas “lixando-as”.
As pessoas falam cada coisa às vezes, que eu fico na dúvida se elas realmente são seres sem noção ou se estão tirando uma da minha cara.
Dias atrás, li o Blog do Luan e um dos tópicos da última postagem dele me motivou a escrever sobre isso: conversas sobre carros.
Putz! Não há nada mais inútil do que conversas sobre carros.
Tem cara que vê um carro passando na rua e diz a marca, o modelo, o ano que foi fabricado, a bitola do parafuso que segura a placa e muitas outras informações que só seriam úteis no caso do cara ser mecânico de automóveis.
Uma vez, estava lendo uma matéria numa revista, que as mulheres entrevistadas tinham que responder a uma pergunta mais ou menos assim: “- Qual foi a pior coisa que já te aconteceu num encontro?”
Uma garota respondeu algo parecido com isso:
“... Jantamos num restaurante maravilhoso. Já estávamos saindo havia dois meses e eu estava super a fim de algo mais. O cara era lindo. Ele me levou para o alto de uma montanha cuja paisagem era deslumbrante. O clima era perfeito para uma noite inesquecível. Num determinado momento, ele me pediu para voltar pro carro. Quando tudo parecia caminhar para o desfecho perfeito, ele girou a chave e ficou por 15 minutos me mostrando o ronco do motor do carro dele.”
Juro por Deus que se eu fosse mulher e um cara fizesse isso comigo, eu virava sapatão só de raiva!
Pra fechar:
Tem um cara que trabalha comigo que vou chamar de Fulano.
Fulano ama carros e quase todas as vezes que a gente se encontrava ele vinha comentar sobre a Fórmula 1.
O pior é que toda vez eu falava pra ele:
- Olha, na boa, eu não gosto de Fórmula 1.
Mas, ele dava uma risadinha e continuava falando.
Até que eu comecei a falar mais sério e mais grosso:
- Olha, na boa, eu ODEIO Fórmula 1.
Mas, ou ele me ignorava ou estava querendo me causar um ataque de nervos, pois continuava o assunto.
Certa vez, comentei sobre isso com outro cara que trabalha comigo. (Vou chamá-lo de Ari).
- Ô Ari, não aguento mais o Fulano!
- Por quê?
- Pô! Já falei 200 vezes pra ele que eu DETESTO Fórmula 1 e ele continua falando no assunto.
Então, o Ari me respondeu o seguinte:
- É o Fulano é foda! Mas, também você viu o que o Rubinho fez na última corrida? Pelo amor de Deus, o cara é muito ruim e...
Aí foi o Ari que ficou falando no assunto.
Sem noção!